São Paulo (SP) - O Brasil não encontrou dificuldade para vencer o desafio de judô contra o Japão, neste domingo, em São Paulo. A seleção nacional ganhou cinco das sete lutas realizadas diante de um desconhecido adversário, que não trouxe seus principais competidores e apostou em uma equipe de novatos das segunda e terceira equipes nacionais.
As grandes estrelas do evento, porém, tiveram desempenho abaixo do esperado. Ainda se recuperando de lesão, o meio-médio Tiago Camilo sofreu para vencer o seu combate. Já o meio-leve João Derly, que também estava contundido, só empatou.
O Japão obteve sua única vitória no desafio na categoria ligeiro, em que o Brasil não teve o seu representante olímpico. Lesionado, Denílson Lourenço foi substituído pelo atleta júnior Charles Chibana, derrotado por Masami Murooka. O outro atleta garantido em Pequim que não atuou em São Paulo foi o pesado João Gabriel Schlittler.
Esta foi a despedida da equipe olímpica de eventos no Brasil antes das Olimpíadas de Pequim. A seleção embarcará para o Japão no dia 21 de julho, onde realizará a aclimatação e preparação final para a disputa dos Jogos.
"A equipe do Japão, mesmo não sendo a primeira, domina muito bem todos os fundamentos, então é difícil de jogar. Porém, tinha certeza que o nosso pessoal ia ganhar, mesmo não sendo tão fácil assim", destacou o técnico brasileiro Luiz Shinohara.
O desafio começou com uma tranqüila vitória do pesado Daniel Hernandes sobre Kazuhiko Takahashi, obtendo um waza-ari, um yuko e um koka logo no início da luta. Em seguida, o meio-pesado Luciano Corrêa teve trabalho para bater Tomoki Takeya por um yuko.
O público só viria mesmo a comemorar efusivamente no terceiro combate do dia, quando o médio Eduardo Santos saiu de um resultado adverso e aplicou um ippon sobre o japonês Shun Sato. Tiago Camilo confirmou a quarta vitória, superando Shinya Yoshinaga com um waza-ari obtido no minuto final da luta.
Os japoneses sentiam a falta de experiência e reclamavam seguidamente com os árbitros do modo como os brasileiros tentavam segurar em seus quimonos. "Os juízes nos prejudicaram", limitou-se a dizer o técnico Kazunori Kubota.
Mas o protesto durante os combates pouco adiantou e o leve Leandro Guilheiro conquistou o quinto ponto nacional ao bater Yasutaka Norita por um yuko e três kokas, após estar perdendo por um koka.
Com o triunfo no duelo definido, o Brasil relaxou e acabou permitindo a reação nipônica com o empate no combate entre os meio-leves João Derly e Hiroshi Mihara, e a vitória de Masami Murooka sobre Charles Chibana.
Na avaliação de Derly, o desafio mostrou o que a equipe nacional precisa melhorar. "Apesar da vitória relativamente tranqüila, acho que o desafio serviu para mostrar para todos que estamos no caminho, mas sem estar prontos ainda. Todos nós temos de nos soltar mais para entrar no clima das Olimpíadas", apontou.
Atual bicampeão mundial, ele acredita que ainda precisa de ajustes nos próximos dois meses antes das Olimpíadas. "Agora é acertar este ou outro detalhe para chegar bem e fazer o melhor".