Quarta-feira, 14 de maio de 2025, 15:29

Gustavo Kuerten ainda sonha dez anos depois do 1º Roland Garros

terra esportes - 7 de jun de 2007 às 20:46 168 Views 0 Comentários
Gustavo Kuerten ainda sonha dez anos depois do 1º Roland Garros

Florianópolis (SC) - Nesta sexta-feira, completa dez anos do primeiro título de Gustavo Kuerten em Roland Garros. Em sua primeira final no Grand Slam, o brasileiro, então número 66 do mundo e desconhecido do grande público, bateu o espanhol Sergi Bruguera por 3 sets a 0 e entrou para a história do esporte brasileiro.

"Cheguei em Paris, naquele ano, com boas expectativas. Estava jogando bem, tinha acabado de ganhar um Challenger no Brasil e tinha esperanças de fazer uma boa campanha, mas não imaginava que fosse ganhar o título", conta Guga.

Durante a caminhada ao título, Guga eliminou um bicampeão (Bruguera, em 93 e 94) e dois campeões (Thomas Muster em 95 e Yevgeny Kafelnikov em 96) do aberto francês. O tenista relembra jogo a jogo a campanha e diz que deu o passo mais importante para a conquista após vencer o austríaco Muster, na terceira rodada do torneio e acreditar que poderia ser campeão.

"Comecei com duas primeiras rodadas bem duras, ganhando do (Slava) Dosedel e do (Jonas) Bjorkman e depois veio o jogo contra o Muster, que foi o que abriu as portas para o título. Me lembro que chegou um momento do jogo em que achei que não fosse agüentar. Nunca tinha jogado uma partida de cinco sets em um Grand Slam", lembra Guga, da partida vencida por 3 sets a 2, com parciais de 6/7, 6/1, 6/3, 3/6 e 6/4.

Na seqüência uma partida disputada em dois dias e mais uma vez, em cinco sets. "Aí veio o (Andrei) Medvedev, num jogo que teve que ser interrompido no meio. Foi uma partida muito equilibrada, com nós dois tendo chances o tempo todo, até que eu ganhei".

Nas quarta-de-final, um adversário que se tornaria tradicional do brasileiro nos próximos anos: o russo Kafelnikov, que então defendia o título do torneio.

"Contra o Kafelnikov, o jogo esteve muito mais para ele. Estava duríssimo, ele não me dava espaço, mas na única oportunidade que tive, e foi uma só, aproveitei", recorda Guga.

Na prévia da decisão, Guga enfrentaria, assim como ele, um franco-atirador: o belga Felip Dewulf, que havia vencido Fernando Meligeni na segunda rodada de Roland Garros naquele ano.

"A semifinal foi o primeiro jogo em que enfrentei um cara mais ou menos na mesma situação do que eu, que nunca tinha chegado naquele estágio em um Grand Slam. Me preparei para um jogo bem duro e ganhei bem."

Guga chega à partida mais importante de sua vida, até então. O jogo que mudou a história do tênis brasileiro e consagrou o tenista como o maior ídolo do esporte no País em todos os tempos.

"Contra o Bruguera, na final, fiz o meu melhor jogo no torneio. Entrei muito relaxado, tranqüilo, sabendo o que fazer, sem pensar que estava jogando a final de Roland Garros, só pensando em soltar o braço, como o Larri (Passos) vinha me dizendo o torneio inteiro." Resultado: 3 sets a 0 e o título de Roland Garros como cartão de visita aos brasileiros, durante uma manhã de domingo no País.

"Vieram imagens desde quando eu comecei a jogar bem criança, passando pelo juvenil, quando comecei a viajar, até chegar naquele momento, que foi a concretização de todo um trabalho de muitos anos. Foi a realização de um sonho."

Desde então, Guga venceu o torneio mais duas vezes, em 2000 e 2001; chegou à liderança do ranking mundial, quando permaneceu por 43 semanas; levou o País às semifinais da Copa Davis, em 2000; e conquistou mais 17 títulos na carreira.

Em 2002, a primeira cirurgia no quadril e o começo de um problema que o acompanha até hoje. O tenista lutou contra as dores, tentou melhorar por meio de fisioterapia, mas voltou à mesa de operações em 2004, para tentar curar novamente o quadril.

Hoje, com 30 anos e há 10 no circuito profissional, Guga explica qual sua real condição.

"Eu gostaria de estar jogando em Roland Garros. Mas não posso ficar chateado, pensando nisso todos os dias. Se não fui esse ano é porque quero estar lá, jogando, no ano que vem," disse. "Roland Garros é o meu torneio favorito. Foi lá que tudo aconteceu para mim."

O tenista diz que não vai desistir. "Estou em busca de uma regularidade. Estou trabalhando, fazendo de tudo o possível para estar bem fisicamente, com força na perna direita, sem oscilações. Assim que tiver esta certeza volto a competir. Ainda tenho este sonho de voltar a competir em alto nível", afirma Guga.

Comentários

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos com * são obrigatórios.

Parceiros

Enquete

O Governo de MS investe o suficiente no esporte sul-mato-grossense?