Costa do Sauípe (BA) - Depois de quebrar o longo jejum de 17 meses sem vitórias em torneios de nível ATP, Gustavo Kuerten tem, nesta quinta-feira, por volta das 17h de Brasília, uma nova missão: provar a todos e a si mesmo que a reabilitação não foi um jogo isolado.

O rival é o amigo Flávio Saretta, com quem já jogou e treinou muitas vezes. Um jogo de camaradas, que Saretta gostaria que terminasse empatado, caso fosse possível. Neste cenário, Guga tenta conseguir sua segunda vitória consecutiva em um torneio de grande porte, o que não alcança desde julho de 2004.

"O fundamental é adquirir uma frequência de jogos jogando bem", afirmou o catarinense. "Acho que esse é o principal objetivo agora. Jogar bem em oito, nove de cada dez partidas".

Na vitória diante de Volandri, Kuerten contou com uma lesão do rival, que o impossibilitou de jogar tudo o que sabe e facilitou a vitória. Por isso, embora Guga tenha jogado muito bem, a desconfiança aumenta.

Juan Carlos Ferrero, favorito no torneio e que já enfrentou Guga cinco vezes pelo circuito, disse que ainda não é possível dizer se o brasileiro está plenamente recuperado.

"Vi um pouco da partida, e vi que Guga estava jogando solto, muito fácil. Mas Volandri estava com problema no ombro, então foi uma vitória cômoda, não se sabe quanto foi pelo jogo de Kuerten ou pelo problema do outro", opinou o espanhol, que frisou sua torcida pela recuperação de Kuerten.

O brasileiro ex-número 1 do mundo, no entanto, ressalta seu mérito. "O cara não estava com 100% das condições dele, mas qualquer deslize que eu cometesse era o que ele estava esperando Falhar em um ou dois pontos é suficiente para um adversário desse virar o jogo".

Para continuar ao lado das vitórias, Guga terá que jogar da mesma maneira que jogou na terça-feira - e ele sabe disso. "Teve algumas horas em que eu joguei inspirado, bastante solto. Tenho que fazer com que isso perdure mais", pontuou.

Duelo de amigos - "É chato é jogar contra um amigo meu". Assim, Saretta mostrou seu sentimento para o confronto com Guga desta quinta-feira. "É que não dá para empatar o jogo, porque se pudesse escolher, a gente escolheria empate", assegurou.

O paulista acredita que o duelo com o colega apareceu em boa hora para os dois. "Para a gente vai ser legal, jogar até sem pressão, contra um amigo, na Bahia, onde a gente gosta de jogar. Vai ser um jogo muito importante pela fase que a gente está vivendo", disse, referindo-se à recuperação e à ressurreição na elite do circuito que os dois perseguem.

Há algum favorito? "A gente já jogou muitas vezes, treinamos juntos muitas vezes. Mas sempre vai ganhar o cara qe estiver mais esperto na quadra, mais focado, com uma melhor atitude", acredita Saretta.