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GP de Interlagos vai de "inferno para paraíso" em oito anos

ge.net - 21 de out de 2007 às 01:19 139 Views 0 Comentários
GP de Interlagos vai de "inferno para paraíso" em oito anos

São Paulo (SP) - Tradicionalmente disputado no começo do ano, o GP do Brasil de Fórmula 1 foi remanejado para o final da temporada em 2004 para facilitar a logística da categoria. Na prática, a mudança serviu como o início de uma nova fase do evento, que estava em profunda crise desde o ano 2000.

Última prova de 2004, o circuito de Interlagos viu no mês de outubro uma corrida apenas para "cumprir tabela", uma vez que Michael Schumacher sagrara-se heptacampeão três etapas antes, na Bélgica. Daí para frente, a histórica pista no sento antihorário passou a viver em uma fase de ouro.

No calendário de 2005, por exemplo, Interlagos recebeu a antepenúltima corrida da temporada. E deu sorte: com o domínio de Fernando Alonso naquele ano, teve a oportunidade de, pela primeira vez, sediar uma decisão de campeonato. O espanhol chegou ao Brasil precisando de apenas um pódio na disputa contra Kimi Raikkonen. Conseguiu um terceiro lugar e levantou sua primeira taça na capital paulista.

Remanejada em 2006 para fechar a temporada, São Paulo tornou-se sede da última corrida do gênio Michael Schumacher. O que já não era pouco melhorou com a intensa disputa entre o alemão e Alonso na segunda parte da temporada. Novamente, o Brasil foi o palco da definição do título. E de novo, o campeão foi Alonso.

Em 2007, mais uma vez escolhido para fechar o ano, o GP do Brasil é a última parada da temporada mais disputada dos últimos anos. Para isso, contou mais uma vez com a "sorte": o novato Lewis Hamilton tinha tudo para ser campeão na China, mas errou e adiou a decisão para São Paulo, que neste domingo assiste a primeira disputa tríplice desde 1986.

Há 21 anos, Nigel Mansell chegou a cidade australiana de Adelaide como favorito ao título. O francês Alain Prost e o brasileiro Nelson Piquet também tinham chances. Um pneu furado, entretanto, acabou com as chances do inglês e jogou a taça no colo de Prost, que só precisou terminar à frente de Piquet, companheiro de Williams do "Leão".

Agora, dois pilotos da McLaren e um da Ferrari buscam a consagração a partir das 14 horas deste domingo (horário de Brasília). Com 107 pontos, o inglês Lewis Hamilton é o favorito. Alonso, por sua vez, tem 103 pontos e terá que torcer contra o companheiro de equipe. Correndo por fora, Kimi Raikkonen, piloto que mais venceu no ano (cinco vezes), tem 100 e só leva o título no caso de uma corrida desastrosa do time de Woking.

Para receber a edição 2007 do GP do Brasil, Interlagos passou por uma grande reforma, que aumentou a capacidade das arquibancadas fixas do autódromo, além de um recapeamento total da pista, historicamente criticada por suas ondulações. Ao contrário da desastrada reforma de 2000, desta vez, a qualidade do asfalto foi aprovada.

Em 2000, a promessa de pista iludiu as equipes, que começaram os treinos com os carros mais baixos do que habitualmente usavam em São Paulo. Resultado: a Sauber perdeu dois aerofólios e divulgou nota oficial comentando que as condições da pista eram piores que antes do recapeamento. Desistiu de disputar a prova alegando falta de segurança.

Com a intensificação da disputa para receber uma etapa, o GP do Brasil foi ficando cada vez mais ameaçado nos anos seguintes. O fundo do poço veio com a corrida de 2003, classificada pelo presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, como "circo eqüestre". O dirigente italiano estava especialmente revoltado com o fato de Michael Schumacher quase ter colidido com um guindaste após se acidentar na curva do Sol. O equipamento estava lá para retirar destroços dos carros de Juan Pablo Montoya e Antonio Pizzonia, que haviam batido duas voltas antes.

Além disto, a prova daquele ano foi bastante confusa e acabou decidida fora das pistas. Isso porque, no final da prova, Fernando Alonso colidiu com um pneu do carro de Mark Webber, que acabara de bater na entrada da reta dos boxes. O duplo acidente fez a organização encerrar a prova.

O problema é que Giancarlo Fisichella tinha acabado ultrapassar o então líder Kimi Raikkonen. Inicialmente, o finlandês foi declarado vencedor pela organização, mas a decisão foi revista pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e os dez pontos acabaram sendo computados para o italiano.

Mais tarde, em novembro de 2003, uma liminar suspendeu a realização do GP do Brasil. O pedido havia sido feito pelo Ministério Público alegando que a prova dava prejuízo para cidade. Vale lembrar que a própria prova daquele ano só foi realizada por conta de uma Medida Provisória do governo federeal, que autorizou a exposição de propaganda da indústria tabagista. Quatro anos depois, Interlagos mais uma vez atrai a atenção de todo o mundo. Só que agora, ao que tudo indica, pelo lado positivo.

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