Foto: Rodrigo Moreira/FFMS
O fim de semana marcou um momento histórico para o esporte sul-mato-grossense. O Festival Sul-Mato-Grossense de Futebol Amador de Base Feminino Sub-15 – Troféu João Félix Botezelli reuniu jovens atletas de diferentes regiões do Estado e mostrou que o futebol feminino vive um novo tempo. A fase final aconteceu no sábado (8), no Complexo Esportivo Elias Gadia, em Campo Grande, reunindo familiares, torcedores e amantes do esporte em um clima de emoção e celebração.
Mais do que troféus ou resultados, o festival simbolizou a força de uma geração que cresce acreditando que também pode sonhar com os gramados. Foi a primeira edição do torneio, organizado pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por meio do programa CBF Transforma.
A competição começou no dia 1º de novembro com dez clubes e, na decisão, o Clube Atlético Santista venceu o Dourados AC/EIA/Ramona nos pênaltis por 4 a 2, depois de empate sem gols no tempo regulamentar.
Um projeto que fomenta o futuro do futebol feminino
O CBF Transforma é um programa nacional da Confederação Brasileira de Futebol voltado ao fomento e ao desenvolvimento do futebol feminino e do futebol de base em todo o país. A iniciativa busca ampliar o acesso à modalidade, incentivar a formação de novas atletas e fortalecer as federações estaduais por meio de capacitações, festivais e ações sociais.
Em parceria com a FFMS, o projeto tem levado estrutura, visibilidade e oportunidades a meninas de diferentes cidades, criando um ambiente de aprendizado, inclusão e valorização do talento feminino dentro e fora de campo. Segundo os presentes neste sábado no Elias Gadia, o verdadeiro vencedor foi o futebol feminino, que segue ganhando espaço, visibilidade e representatividade no Estado.
“Este festival representa um divisor de águas para o futebol feminino sul-mato-grossense. Ver tantas meninas em campo, sonhando e jogando com paixão, é o maior prêmio que poderíamos ter”, afirmou o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Estevão Petrallás. “Mais do que revelar talentos, estamos ajudando a formar cidadãs, fortalecendo valores como respeito, união e igualdade”, completou.
Uma nova geração inspirada
Nas arquibancadas, emoção e esperança se misturavam a cada lance. Para Júlia Fernanda, de 34 anos, mãe de uma das atletas, o festival trouxe mais do que uma competição, trouxe representatividade e possibilidade.
“Quando eu era criança, jogar futebol era só um sonho distante para meninas. Hoje, ver minha filha participando de um evento assim é como ver o futuro acontecendo diante dos meus olhos. Agora eu sei que ela pode sonhar e conquistar o espaço dela, assim como qualquer menino”, contou, emocionada.
A arquibancada também estava cheia de pequenas torcedoras que enxergam nas jogadoras o espelho de um futuro possível. Maria Clara, de 13 anos, foi uma delas e acompanhou cada lance torcendo pela irmã e se encantou com a energia do evento. “Eu fiquei arrepiada vendo as meninas jogando. Elas são incríveis! Um dia quero estar lá também, vestindo um uniforme e jogando como elas”, disse com brilho nos olhos.
Um legado que vai além do campo
O festival, batizado com o nome de João Félix Botezelli, homenageia um dos grandes incentivadores do futebol feminino em Mato Grosso do Sul. O evento se tornou símbolo da integração, da diversidade e da valorização das atletas de base, abrindo portas para o surgimento de novas gerações de jogadoras.
Durante os dias de competição, o Elias Gadia se transformou em um palco de sonhos, amizade e inclusão. A troca de experiências entre as meninas de diferentes cidades reforçou a importância do esporte como ferramenta de união social e empoderamento feminino.
Mais do que um campeonato, o Festival de Futebol Feminino Sub-15 foi uma semente plantada, uma semente que promete florescer em novos talentos, em novos projetos e em um futuro mais igualitário dentro e fora dos gramados.
“Quem venceu aqui foi o futebol feminino. E o Mato Grosso do Sul sai desta competição mais forte, mais integrado e cheio de esperança”, completou Estevão Petrallás.