Dourados (MS) - Um projeto social desenvolvido pelo Operário Atlético Clube vem dando oportunidades para dezenas de crianças que sonham em ser jogadores de futebol. Com dois pólos de treinamento (Parque Arnulfo Fioravanti e Vila Erondina), os atletas praticam futebol de segunda à sexta-feira, entre as 14 e 16 horas, com folgas às quartas-feiras.
As aulas na escolinha de futebol começaram há três meses e atende pessoas de oito à 16 anos, que precisam estar matriculadas em alguma escola para terem acesso às atividades. Ao todo, cinco profissionais trabalham nos dois locais.
Para o presidente do clube, Giovanni Marques, além de dar uma oportunidade, o trabalho visa tirar das ruas as crianças do município.
"Nosso trabalho é social e os treinamentos desenvolvidos aqui, faz com que as crianças saiam das ruas. Além de exigirmos que estejam empenhados em atividades escolares", disse.
Recentemente a escolinha do Operário fechou parceria com a PM (Polícia Militar), onde são desenvolvidas palestras para que as crianças trilhem sempre o caminho do bem e com uma rede de supermercados, que fornece todos os dias, frutas para que os atletas se alimentem depois das atividades. Apesar do sonho de todos os 70 atletas que participam dos treinamentos nos dois pólos, seja conquistar uma vaga em um grande clube nacional, eles sabem que poucos terão futuro na profissão e por isso se entregam aos estudos.
É o caso do lateral esquerdo Higor da Silva Barreto, 13 anos, que pedala do Jardim Guanabara até o parque Arnulfo Fioravanti, para treinar.
"Claro que sonho em ser um jogador de futebol profissional e ajudar meus familiares, mas, também frequento a escola para possuir sabedoria", comentou.
Já para o volante Rafael Henrique da Silva, de 15 anos, é necessário o aprendizado na escola, porque além da carreira de jogador de futebol ser incerta, a distância para os grandes centros do país também dificulta os atletas.
"É difícil ser jogador de futebol, temos que lutar muito. E estamos longe dos grandes centros, o que dificulta ainda mais em relação à visibilidade".
Apesar de ser um projeto social, a disciplina e a responsabilidade são muito cobrados pelos treinadores da equipe, tanto que as preleções são realizadas a cada treinamento, corrigindo não só falhas de ordem tática das atividades, mas, também disciplinares, como lembra Moacir Carlos Amorim, um dos técnicos.
Ele diz que são necessárias essas medidas para que os atletas reflitam sobre os erros cometidos no dia a dia. "O trabalho é social, mas, impomos normas por aqui, como disciplina, respeito com o próximo e compromisso com o horário".
Mesmo treinando a pouco tempo, o time está disputando um campeonato amador na na Leda (Liga Esportiva Douradense de Amadores), para atletas nascidos entre os anos de 1996/1997 e para Moacir, essa é uma forma dos atletas conquistarem ritmo para outras competições. "É necessário que esses meninos entrem nessas disputas para conquistar ritmo de competição e aprenderem a superar desafios".
Os treinamentos são abertos para as crianças e adolescentes que se enquadram na faixa entre oito e 16 anos, basta que esteja matriculado em alguma escola. As atividades são oferecidas gratuitamente.