Miami (EUA) - Enquanto a festa oficial do Masters Series de Miami começava a esquentar em uma das danceterias mais badaladas de Miami Beach, Gustavo Kuerten caminhava lentamente na direção da sala de entrevistas do Crandon Park para explicar sua derrota na primeira rodada da competição.

Aos que esperavam reclamação sobre o vento, a luz, a cor da quadra (um roxo exuberante) ou qualquer outra coisa, nada. "Faltou força, potência física mesmo", disse o brasileiro, depois de perder em duplo 6-2 para o holandês Raemon Sluiter na rodada de estréia.

Da noite desta quarta-feira fresca em Miami, ficou apenas o "gostinho", palavra usada pelo próprio tenista, de um jogo de primeira linha em uma quadra grande e com o apoio maciço do público, algo comum no início desta década, quando o brasileiro era um dos maiores nomes do tênis mundial.

Cabisbaixo, Kuerten saiu de quadra mais uma vez ovacionado pelo público, acenando, mas sem a vitória - como tem sido praxe nas últimas temporadas.

Guga diz que, se por um lado a série de torneios que disputou ajuda a dar ritmo e confiança, por outro foi tirando o fôlego que tem acumulado. "Eu estava, agora mesmo no vestiário, conversando com o (treinador) Larri (Passos), vendo o que poderia ter sido feito diferente durante o jogo, ou o que faltou. Não faltou nada que planejamos tática e tecnicamente, mas mais força para chegar na bola e dar potência aos golpes, `machucar´ o cara", falou ao UOL.

Em seguida, Guga afirma que vai se dedicar ao menos pelos próximos dez dias apenas ao condicionamento físico. Questionado se isso significa colocar em dúvida sua participação na Copa Davis, no início de abril, em Florianópolis, ele desconversa: "Pelas minhas contas faltam uns 18 dias, e eu preciso de 10", disse - faltam 16.