Da Redação
Samuel Fiel de Quevedo Castro, 16 anos, nasceu em 2 de janeiro de 2009 e sempre esteve ligado ao futebol. O esporte entrou na rotina antes mesmo da infância tomar forma. “Desde que nasci estou no meio do futebol, por causa do meu pai”, contou o jovem, que iniciou no futsal aos quatro anos e aos 11 percebeu que a prática poderia ser mais do que lazer. “A partir dos meus 11 anos percebi que poderia transformar o futebol em algo mais do que apenas lazer.”
Natural de Mato Grosso do Sul e com passagem por diferentes projetos e clubes, Samuel construiu a base entre mudanças frequentes, competições e avaliações. A trajetória começou em Dourados, no Ceart, onde teve os primeiros destaques. Em seguida, passou pela Aefa, jogou campeonatos e disputou dois estaduais de campo. O ciclo longe de casa tornou-se parte do processo de formação, mas também uma das maiores dificuldades. “O maior desafio até agora é a distância. Depois de algum treino ruim, ou algo que não saiu como planejado, não ter a família perto para dar apoio é algo que me faz pensar várias vezes sobre o futuro.”
O percurso incluiu ainda idas ao Rio Grande do Sul. Primeiro, ao Lajeado, onde disputou algumas partidas. Depois, ao Passo Fundo, onde jogou outros campeonatos. Em 2025, seguiu para o Paraná: atuou pelo Cambé de Londrina no Paranaense Sub-17 e, na sequência, pelo City London no Sub-16. A movimentação entre cidades, estados e equipes fez parte de um ciclo intenso e determinante para o desenvolvimento técnico e pessoal. Agora, já em São Paulo, Samuel integra o Assisense, onde disputará a primeira Copa São Paulo de Futebol Júnior com apenas 16 anos.
Entre os nomes que influenciaram o crescimento no esporte, o jogador destaca o treinador Roger Paranhos e os profissionais responsáveis por grande parte dos treinamentos. “Tive várias pessoas que contribuíram para a minha evolução, mas não posso deixar de citar o treinador Roger Paranhos e as pessoas que me treinaram, que foram Elton Petry e Marcelo Delacorte. Eles me ajudaram bastante a crescer em todos os aspectos.”
Samuel define suas principais características em campo como a qualidade nos passes, a visão de jogo e o controle nas saídas de bola. “Acho que a característica que me diferencia dos outros são meus passes e a visão de jogo. Tenho calma e confiança para sair jogando.” A combinação é uma das bases que sustentam o desempenho durante a transição das categorias de formação para competições mais exigentes, como a Copinha.
A experiência fora de Mato Grosso do Sul também fez o atleta observar a realidade do futebol no Estado. Na avaliação dele, ainda há obstáculos estruturais. “O futebol do Mato Grosso do Sul precisa de mais investimentos e menos pessoas querendo apenas dinheiro, ao invés de ver os atletas evoluindo.” Para Samuel, mudanças nesse cenário podem influenciar diretamente na competitividade e abrir portas para mais oportunidades. “Quando isso mudar, o futebol do MS ficará mais competitivo e mais atrativo para clubes maiores virem buscar jogadores.”
A trajetória até aqui incluiu episódios de superação. Um dos momentos mais marcantes ocorreu às vésperas de uma viagem importante. “Rompi o ligamento do ombro faltando 10 dias para viajar para o Rio Grande do Sul. Até hoje não sei como consegui superar e vencer esse desafio.” A recuperação, que poderia interromper parte do processo de formação, tornou-se um ponto de virada e reforçou a permanência no esporte.
Durante as férias, Samuel mantém rotina de preparação em São Paulo. “Estou treinando duas vezes por dia na preparação da Copinha com o Sub-20.” A agenda intensa é consequência do esforço para disputar pela primeira vez a principal competição de base do país, onde pretende aproveitar o espaço e ganhar visibilidade.
Mesmo com a caminhada marcada por mudanças e decisões importantes, ele afirma que não estabelece metas rígidas para os próximos anos. “Não tenho ainda um objetivo certo, mas quero ser feliz e aproveitar o tempo que tenho.” A visão reflete o entendimento do atleta sobre o próprio processo de formação: focar no presente e nas oportunidades que surgem.
O conselho para outros jovens que buscam espaço é direto e se apoia na própria experiência. “Além do que você deseja no esporte, tem que ser feliz e aproveitar as oportunidades que são confiadas. Não pode ficar com medo ou dúvida, porque isso passa muito na cabeça, mas tem que ser forte e corajoso, e acima de tudo, feliz.”