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Em seis temporadas, 10 clubes desistiram de competir em MS

da redação/com gb esporte - 20 de jul de 2013 às 13:25 209 Views 0 Comentários
Em seis temporadas, 10 clubes desistiram de competir em MS

Campo Grande (MS) - Clubes que desistem de disputar uma competição profissional de futebol apresentam quase sempre a mesma justificativa: problemas financeiros impedem de levar adiante o sonho da conquista do título. Em seis temporadas entre 2008 até agora, 10 clubes agitaram bandeiras brancas nas Séries A e B estaduais, e outros dois voltaram atrás. Além destes, três times estão na iminência de abandonar a divisão de acesso.

O caso mais recente é do Sidrolândia, que anunciou esta semana a desistência da Série B. O principal motivo foi a falta de laudos no estádio municipal Sotero Zárate, que precisa de reformas para ser liberado. Sem ter como arcar despesas de viagem a outras cidades para mandar seus jogos, o clube optou por deixar de disputar o torneio. A debandada pode ser ainda maior: dirigentes do SENA (Sociedade Esportiva Nova Andradina) e União Inter Flórida também sinalizam abrir mão da disputa. Nada foi oficializado até agora pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).

Entre os que voltaram atrás estão Itaporã e Sete de Dourados, que às vésperas do início da Série A em 2013 cogitaram abandonar a disputa. Os dirigentes dos dois clubes conseguiram contornar os problemas e firmaram parcerias que garantiram a permanência na elite. O reflexo dos esforços apareceu em campo: o time douradense foi às quartas de final, e o Itaporã foi semifinalista.

Quando um clube desiste de encarar um campeonato, pode ser punido com afastamento por dois anos. Foi o que aconteceu em 2012 com o CENA (Centro Esportivo Nova Andradina). O clube já tinha participado do conselho arbitral da Série B, mas abriu mão da vaga e recebeu a punição. Caso a desistência seja sinalizada antes do conselho, o clube apenas deixa de participar do torneio. São os casos do Nova Alvorada do Sul, Mirandense, Bonitto e Ponta Porã, que pretendiam disputar a Série B estadual este ano, mas não confirmaram inscrição.Para o ex-jogador e comentarista da TV M, Leomar Ferreira, as incertezas que eventualmente rondam alguns clubes de futebol em Mato Grosso do Sul têm origem na dependência excessiva do poder público como fonte de renda, e campanhas inteiras acabam sendo comprometidas quando há desacordos. A solução para evitar problemas desse tipo, segundo Leomar, seria investir em alternativas para que os clubes andem com as próprias pernas.

"O principal problema dos clubes é a falta de apoio. Muitos não têm renda própria e dependem do poder público. Alguns têm criado alternativas, como o Novoperário, que faz churrascos mensalmente para angariar fundos visando a Série A em 2014. Outra questão importante é trabalhar com os empresários locais. Eles precisam tomar consciência de que vale a pena investir no futebol, e que vai ser uma vitrine para a marca deles".

A mudança de mentalidade dos empresários passa pelo fortalecimento do futebol profissional, na opinião do presidente do Ubiratan, Joaquim Soares. O Leão da Fronteira, que já foi três vezes campeão sul-mato-grossense da Série A, está retornando às atividades por meio da Série B, após uma década parado. O dirigente avalia que as competições são ótimas oportunidades para os parceiros comerciais dos clubes de futebol.

"Aqui no estado sempre convivemos com a cultura de os clubes terem pouco patrocínio dos empresários, mas isso começou a mudar com as transmissões da televisão. Hoje você pode ter sua camisa sendo exibida em nível estadual e até nacional, o que representa um motivo maior para que os empresários destinem recursos aos clubes".

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