Em audiência pública, Cezário passa ileso e dirigentes evitam críticas ao ex-presidente

da redação - 7 de jun de 2024 às 12:43 191 Views 0 Comentários
Em audiência pública, Cezário passa ileso e dirigentes evitam críticas ao ex-presidente Foto: Izaias Medeiros/CMCG

Dirigentes de clubes e representantes de associações evitaram críticas diretas ao ex-presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, que chefiou a entidade por 27 anos e acabou preso no último dia 21 por suspeita de corrupção. Eles participaram de audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Campo Grande para discutir os rumos do futebol local.

Dos presidentes que utilizaram o microfone durante o debate, poucos sequer citaram o nome de Cezário, que foi solto nesta quinta-feira (06), mas será monitorado por tornozeleira eletrônica. Para o presidente da Portuguesa, Gilmar Ribeiro da Silva, é preciso união dos clubes neste momento.

“Estamos no momento de escrever uma nova história para o futebol de Mato Grosso do Sul. Tocar o futebol aqui não é fácil. Todo presidente de Liga ou de clube sabe como é difícil. Não temos incentivos das empresas. Estamos em um momento importante. Peço a todos muita sabedoria neste momento, pois temos que nos unir e entrar em consenso para decidir o que é melhor para nosso futebol”, defendeu.

O presidente do Operário, Nelson Antônio da Silva, afirmou que o momento é de desenvolver o futebol sul-mato-grossense. “Os times da Capital não possuem estrutura alguma. Temos muita dificuldade para montar uma equipe competitiva por falta de estrutura, de campo, de estádio. A prática do futebol em Mato Grosso do Sul, não é de hoje, é muito difícil. Temos que aproveitar o momento para, com sabedoria, colher novos frutos daqui a alguns anos. Todos temos o dever de conduzir os destinos da Federação de Futebol”, citou.

A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) foi alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que levou para a prisão o então presidente da entidade. Desde então, a Federação está sob intervenção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), com a presidência interina de Estevão Petrallás.

O vice-presidente da FFMS, Alfredo Zamlutti Júnior, criticou a intervenção na entidade e também evitou críticas ao ex-presidente. “Cada um responde por seus atos. Fico triste, pois ele está doente. Não digo que ele é culpado, não sou juiz. Cada um tem direito a sua defesa. Mas, intervenção é um ato de força e antidemocrático. O futebol vai parar com essa intervenção. Não é por aí que vamos reconstruir o futebol. A assembleia é quem define quem vai continuar, se vai convocar nova eleição”, afirmou.

Voz isolada – Já o presidente do Vila Nova, Jorge Dauri de Oliveira, foi o mais crítico em relação à gestão de Cezário à frente da FFMS. “Todos sabiam do desmando do Cezário e sua quadrilha, todos sabiam e foram coniventes, pois ninguém se levantou para defender. O TJD, na minha época, era o puxadinho da Federação. Denunciei até pagamento de cirurgia de varizes pro Cezário, de 5 mil reais. Se não mudar, e ficar uma federação com dez vices, todos presidentes de clube, que mudanças vocês querem?”, questionou.

A operação “Cartão Vermelho” foi desencadeada no dia 21 de maio e investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS. A entidade recebe recursos do Estado e da CBF e há 27 anos era chefiada por Cezário, que acabou preso. Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou na entidade uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação, em benefício próprio e de terceiros.

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