Cuiabá (MT) - Era para ser o campeonato da redenção. Após os resultados frustrantes obtidos na Liga Mundial (4º lugar) e nos Jogos Olímpicos de Pequim (medalha de prata), a seleção brasileira masculina de vôlei tinha quase uma obrigação de triunfar na Copa América, torneio de fraco nível técnico disputado em Cuiabá (MT). Mas não conseguiu.

Depois de passar toda a competição sem perder sets, a equipe jogou mal contra o jovem time de Cuba e perdeu a final por 3 sets a 2 (26-24, 19-25, 27-25, 16-25 e 15-9), ficando com o vice-campeonato pela terceira vez consecutiva e mantendo o jejum de nunca ter triunfado neste torneio em solo nacional.

A derrota em Cuiabá (MT) trouxe mais um dado negativo para o combinado verde-amarelo em 2008. Este é o primeiro ano em que a seleção não consegue um título sequer desde que Bernardinho assumiu o comando, em 2001.

Sem encontrar os Estados Unidos, algozes na Liga e em Pequim, o renovado time brasileiro parou desta vez em um grupo cubano repleto de jogadores que acabaram de sair da adolescência - entre eles o garoto Leon, de apenas 15 anos.

"Estou muito feliz porque esta foi minha primeira competição na categoria adulta, e vencer o Brasil é um grande resultado. Os brasileiros são os melhores", comentou Leon ao final da partida.

Mesmo contanto com mais atletas experientes em quadra (Murilo, Bruninho, Dante, André Nascimento, Rodrigão e Escadinha estiveram em Pequim), os brasileiros abusaram dos erros tanto quanto os novatos cubanos, que entraram no duelo como franco-atiradores e jogaram sem pressão.

"Eles jogaram melhor do que a gente, tiveram mais raça, e nós não soubemos aproveitar os momentos que tivemos a nosso favor", resumiu Dante. "Essa [seleção brasileira] é uma turma nova, que está se preparando para outro ciclo. Agora temos que pensar na próxima competição, que é a Liga Mundial [em junho de 2009]".

"Fizemos apenas seis treinos juntos. Temos que trabalhar mais e ganhar entrosamento", lembrou Bruninho. "Hoje em dia o vôlei está cada vez mais competitivo e forte. A base da seleção, com certeza, será mantida, e alguns jogadores como o Giba, o André Heller, e o Samuel, que operou o ombro essa semana, continuarão no time".

O encontro deste domingo foi o 98º entre as duas seleções. Com um retrospecto equilibrado, foi a 43ª vitória cubana contra outras 55 do Brasil. As duas equipes não se enfrentavam desde os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, no ano passado, quando os anfitriões venceram por 3 sets a 0.

A medalha de bronze da Copa América ficou com a Venezuela, que venceu a Argentina em três sets (parciais de 25-19, 25-16 e 25-16).