Campo Grande (MS) - O Esporte Clube Comercial completa 70 anos nesta sexta-feira e para comemorar esta data irá realizar a promoção "Onda Colorada", que dá desconto de 50% no valor dos ingressos para os torcedores que forem com camisas vermelhas ou com o uniforme do clube ao estádio.
O próximo jogo da equipe Colorada é no doming, às 15h, contra o time do Misto, de Três Lagoas, no estádio Morenão. O Comercial está na quinta colocação do Grupo A do Campeonato Estadual e depende somente dele para se classificar. A última partida será contra o Novoperário na próxima semana.
História
Fundado em 15 de março de 1943 por comerciantes, estudantes do colégio Dom Bosco e membros do CPOR (Curso de Preparação de Oficiais da Reserva), o Colorado de Campo Grande é o primeiro clube profissional do Mato Grosso do Sul. O Clube também foi o primeiro time a representar o Estado em um Campeonato Nacional.
Atualmente é o clube do Estado em atividade com maior número de títulos, a camisa alvi-rubra tem na sua tragetória nove títulos estaduais, sendo um antes da divisão do Mato Grosso, um quarto lugar do Campeonato Brasileiro da Série B de 1981 e o sétimo lugar na Copa do Brasil de 1994. Entre os ídolos da equipe colorada estão Copeu, Gonçalves, Bugre, o goleiro Higino Gamara e o atacante Tainha.
Repercussão
O jornal O Estado deu ênfase na memória dos ex-jogadores comercialinos, como Pedrinho Maradona e Fraga. Confira trecho da matéria feita por Carlos Henrique Wilhelms.
João Ferreira ‘Fraga’, 78 anos, jogou no Comercial quando a equipe ainda era amadora, na posição de lateral esquerdo. O ex-jogador chegou ao time em 1953 e disputou sete temporadas seguidas, conquistando três tí- tulos da LEMC (Liga Esportiva Municipal Campo-grandense). Fraga lembra com emoção dos tempos em que jogava no estádio Belmar Fidalgo.
“O Belmar lotava. Lembro dos jogos contra o Operário que mobilizavam toda a cidade. Era uma rivalidade tremenda que dava confusão entre as torcidas e também jogadores”, recorda com alegria.
Depois da passagem pelo Colorado, Fraga ainda jogou pelo Guanandy de Aquidauana e encerrou a carreira em 1964, no Jardim Futebol Clube. “Os clubes da cidade sempre tiveram apoio dos campo-grandenses. Mesmo aposentado acompanhava o Comercial no Morenão. Mas depois que o time virou profissional foi perdendo a força até chegar a situação atual. Quando o time era amador tinha mais amor”, poetiza. Com sua passagem no amador do Comercial, Fraga foi homenageado com um capítulo no livro ‘Craques do Futebol Campo-grandense’, do jornalista Reginaldo Araújo.
Pedrinho Maradona, 46, jogou no meio de campo do Colorado no início de 2000. Naquele ano, o meia foi fundamental na vitória da equipe por 2 a 1 sobre o São Paulo, em partida válida pela primeira fase da Copa do Brasil. Foi a última vitória de uma equipe do Estado frente a um time da elite nacional. “Decidimos que naquele dia o São Paulo ia correr atrás da gente”, lembra Pedrinho, que hoje é auxiliar-técnico do time sub-23 do Atlético-PR.
Foi na noite do dia 5 de maio de 2000 que o Comercial ‘aprontou’ pra cima do São Paulo, composto por atletas em grande fase, como Raí, França e Rogério Ceni, ainda em atividade. “Tenho aquele jogo gravado, o Morenão estava lotado. Lembro até hoje que o professor Laércio nos deixou concentrados uma semana”, recorda Pedrinho.
Na época, o ex-jogador estava com 33 anos. O São Paulo abriu o placar no segundo tempo com Raí, mas Pedrinho Maradona fez o gol do empate e depois ainda cruzou para Ronaldo Maresi decretar a virada ao Colorado. “Eu não tinha a característica de chutar de fora da área. No gol de empate eu recebi a bola na intermediária e senti que era hora de arriscar. Fiz um belo gol de longe”, lembra.
Hoje no Atlético-PR, Pedrinho analisa as condições precárias que enfrentou na extinta Vila Olímpica e lamenta o fato de o Comercial ter perdido sua antiga sede por dívidas trabalhistas. "Hoje atuo em um dos CT's mais modernos do país. Sei que as más condições da Vila atrapalhavam, mas o grupo era tão unido que isso era deixado de lado. Vivíamos em harmonia. É de se lamentar muito o clube perder seu local de treino. A má gestão anda contra o profissionalismo", critica.
“Torço para que o time dê a volta por cima e fico feliz por ter feito parte de um dos últimos times competitivos do Comercial", encerrou Pedrinho, que foi bicampeão estadual pelo Comercial em 2000 e 2001 e se aposentou em 2003 jogando pelo Cene.
O site Campo Grande News abordou a difícil situação atual do clube, sem campo para treinar. A matéria é de Gabriel Neris.
Sem campo atualmente para treinar, o time depende da boa vontade de associação de moradores. A falta de estrutura reflete no desempenho da equipe. Depois de ser lanterna do Estadual, o time está na quinta posição do grupo A e luta por uma vaga na segunda fase do torneio.
O diretor de futebol, Amarildo Carvalho, acompanha de perto a realidade do time. Como jogador, ele atuou somente no rival Operário, mas se identificou com o clube vermelho e branco como treinador. “O torcedor tem que comemorar, não importa se está bem ou se está mal, apesar dos últimos anos, está capengando em termos de estrutura”, cita.
Amarildo lembra da Vila Olímpica, perdida por decisão judicial para pagar dívidas trabalhistas. Com o atual diretor na função de técnico, o Comercial conquistou os títulos de 2001 e 2010 do Estadual, últimos troféus levantados pelo clube. “O Comercial sobrevive do nome, como o Operário. A esperança é que os dois vão se reerguer, que vão aparecer investidores”, comenta.
“Aqui sobrevive paixão, senão ninguém estaria aqui. Somos heróis do esporte sul-mato-grossense”, valoriza.
Último título
O último título conquistado pelo Comercial foi o Campeonato Estadual de 2010, em cima do Naviraiense. Em 2011 a equipe foi eliminada na semifinal, pelo Aquidauanense. No ano passado, o Colorado fez fraca campanha e não garantiu vaga nas quartas de finais.
Para não repetir o fracasso este ano, o Comercial precisa vencer o Misto neste domingo e o Novoperário na última rodada, para se classificar sem depender de resultados.
Serviço
Os ingressos para partida estão sendo vendidos antecipadamente no Gugu Lanches, na avenida Afonso Pena, nº 1465. Os valores são de R$ 10,00 para arquibancada e R$ 20 a cadeira.
Idosos, professores, doadores de sangue e estudantes pagam meia-entrada nas arquibancadas, mediante identificação no ato da compra dos ingressos. Crianças com até 12 anos devem retirar os ingressos de forma gratuita na bilheteria com a apresentação de documento com foto comprovando a idade.