São Paulo (SP) - Acompanhada por seu advogado, Breno Tannuri e pela ex-médica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) Renata Castro, a nadadora Rebeca Gusmão tenta provar sua inocência ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) nesta sexta-feira. Rebeca será julgada em Lausanne, na Suíça, por ter falhado no exame antidoping realizado durante o Troféu José Finkel, em 2006. O teste deu resultado positivo para testosterona.
Procurado pela reportagem da Gazeta Esportiva.Net Tannuri informou que o grupo chegou à Suíça na manhã desta quinta-feira e já se prepara para o julgamento. Como os casos sob supervisão do TAS correm sob sigilo de Justiça, ele não pode comentar o assunto.
Mas desde o ano passado, a defesa da atleta já tinha estabelecido como objetivo questionar os procedimentos adotados em seu exame. Por isso, a presença da médica Renata, que acompanhou todo o processo contra a atleta desde que foi aberto no ano passado.
Inicialmente, Rebeca seria julgada em dezembro, mas a audiência acabou sendo adiada para o início deste ano. A infração de 2006 não é a única que pesa contra a nadadora. Em 2 de novembro de 2007, ela foi suspensa preventivamente pela Federação Internacional de Natação (Fina) após falhar em outro exame.
Testada a pedido da própria Fina em 13 de julho, data de abertura dos Jogos Pan-americanos do Rio, ela teve novo resultado positivo, mais uma vez para testosterona. O julgamento pelo Painel Antidoping da Fina será neste sábado, também em Lausanne.
Em dezembro, seus advogados apresentaram um pedido de cancelamento da suspensão à Federação, argumentando que o resultado preliminar para a análise da contraprova do exame foi inconclusiva. A condenação no processo do TAS e o insucesso na tentativa de cancelamento classificariam a brasileira como reincidente, levando-a a ser banida definitivamente do esporte.
Os processos por doping não são os únicos problemas de Rebeca com a Justiça. No início do ano, o Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou denúncia contra a atleta à 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro por falsidade ideológica.
A denúncia foi feita porque duas amostras coletadas da nadadora durante os Jogos do Rio, nos dias 12 e 18 de julho, apresentaram DNAs diferentes. Segundo o MP, ao assinar o registro de coleta, a atleta teria incluído uma mentira no documento. Se for considerada culpada, Rebeca pode ser condenada a até 5 anos de prisão.
As polêmicas envolvendo sua participação no Rio levaram a Organização Desportiva Pan-americana a cassar suas quatro medalhas: ouro nos 50m e 100m livre, prata no 4x100m livre e bronze no 4x100m medley. Conseqüentemente, ela também perdeu as vagas olímpicas que possuía.