São Paulo (SP) - Campeã mundial do superleve, a sérvia radicada no Brasil Duda Yankovich defende pela primeira vez, neste sábado à noite, o título conquistado em novembro passado. A luta, que acontece na academia que a boxeadora treina, é a última da série de quatro da noite. Nas outras três, legítimas brasileiras tentam seguir os passos da "estrangeira".
Entre as brasileiras, Carol Teixeira é a estreante da noite. Ela enfrenta outra brasileira, Patrícia Cristina. Miguel de Oliveira, ex-campeão mundial e técnico de Duda, aposta suas fichas na estreante. Ao comentar sobre Carol, ele mexe a cabeça positivamente e diz: "ela é boa".
Outra que impressiona é Simone Aparecida da Silva, que faz o terceiro combate da noite. Mais experiente que Carol, a boxeadora disputa o título sul-americano do peso supergalo contra a argentina Patrícia "La Leona" Quirico. Adriana Salles e Renata Ferreira lutam pelo título brasileiro e completam a noite.
A onda "Duda" veio após o título mundial em novembro de 2006. Ela derrotou a colombiana Darys Pardo. Na época da vitória, fez questão de levantar a bandeira Sérvia e logo após a brasileira. Os planos agora são adotar o Brasil como pátria. "Não tenho passaporte brasileiro ainda. A idéia é tirar depois da luta", diz ela, que fala um português fluente.
Vinda da Sérvia em 1998, quando ainda se chamava Iugoslávia, Duda treinava kickboxing e caratê. O boxe só apareceu na sua vida quando chegou ao Brasil e conheceu Miguel de Oliveira, o único brasileiro campeão mundial pelo Conselho Mundial de Boxe.
Loira, de olhos claros, Duda é vista pela mídia como a "musa" do boxe. Nas entrevistas, porém, tenta refutar o rótulo. "Eu sou uma mulher normal. Vou ao salão, tenho namorado, tenho uma vida normal".
Sobre a rival da defesa, a norte-americana Belinda Laracuente diz que ela está no seu melhor momento. Da parte de Duda, ela afirma que melhorou bastante da luta de novembro para agora. "Mudou minha tática, minha técnica e minha esquiva". O treinador concorda. "Ela amadureceu", diz.