Aos 16 anos, o goleiro Bruno Altissimo Dutra Domingos já carrega nas luvas a experiência de quem começou cedo, atuou por clubes tradicionais de Mato Grosso do Sul e encarou um dos principais campeonatos de base do Centro-Oeste. Natural de Campo Grande, mas morador de Bandeirantes desde a infância, Bruno teve o primeiro contato com o futebol ainda aos 8 anos, em um projeto local.
“Comecei em um projeto da minha cidade com 8 anos. Eu vi um goleiro da minha cidade jogando e eu gostei”, conta. A partir daquele momento, decidiu que defender o gol seria sua função dentro de campo — escolha que, mais tarde, se transformaria em um projeto de vida.
Mesmo jovem, Bruno já passou por equipes de diferentes perfis dentro do futebol sul-mato-grossense. Entre os clubes, vestiu a camisa do São Gabriel e do Comercial, mas foi fora do estado que viveu sua experiência mais marcante até agora. “O clube que mais marcou minha carreira foi a Jataiense de Goiás”, afirma. Lá, teve a chance de disputar o Campeonato Goiano Sub-15, competição de maior visibilidade e estrutura que os torneios locais. “Foi quando eu joguei o Campeonato Goiano Sub-15. Esse foi o momento mais marcante da minha trajetória”, completa.
A vivência em diferentes ambientes também fez Bruno observar de perto os desafios do futebol praticado fora dos grandes centros. Para ele, a principal barreira está fora das quatro linhas. “As estruturas dos times e os campos”, resume, ao falar sobre os obstáculos enfrentados por atletas do interior e do futebol sul-mato-grossense em geral.
Mesmo diante das dificuldades, o jovem goleiro mantém uma rotina de treino intensa. Os compromissos com os estudos e a distância de Bandeirantes para Campo Grande — cerca de 70 km — não são impeditivos para seguir buscando evolução. “Eu treino todos os dias da semana. Sim, eu treino com o treinador Telo em Campo Grande”, explica. A rotina puxada tem como foco manter o desempenho em alto nível e seguir preparado para as oportunidades que podem surgir.
Entre as referências no futebol, Bruno aponta o goleiro Ederson, do Manchester City, como principal inspiração. “Sim, o Ederson. Ele me inspira dentro e fora de campo”, diz. O estilo de jogo moderno e a postura do goleiro brasileiro no futebol europeu servem de modelo para o sul-mato-grossense, que também tem o desejo de atuar fora do país um dia. “Sim, já pensei. E já atuei em Goiás”, lembra, citando sua passagem pela Jataiense como o primeiro passo fora do território estadual.
Sobre o cenário do futebol de Mato Grosso do Sul, Bruno é direto ao apontar o que precisa mudar para o estado ganhar mais destaque nacionalmente. “Falta investimento na base e no profissional”, analisa. O jovem reforça a importância de políticas mais consistentes para revelar talentos e garantir uma estrutura mínima para o desenvolvimento dos atletas, especialmente no início da carreira.
Dentro de campo, Bruno também precisa lidar com a responsabilidade de ser o último homem da defesa. Ser goleiro exige concentração e equilíbrio emocional, atributos que ele busca cultivar. “Eu tento me manter calmo e concentrado”, resume.
Apesar da pouca idade, o goleiro também tem uma visão madura sobre o futuro e não hesita quando questionado sobre o que diria para outros jovens que sonham em seguir carreira como ele. “Procurar sempre o melhor lugar para jogar”, aconselha. A frase simples carrega um valor importante para quem sabe que o caminho no futebol é desafiador e que boas escolhas fazem diferença na formação de um atleta.