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Brasil tem pior temporada após anos de auge de Gustavo Kuerten

uol - 21 de nov de 2007 às 16:54 203 Views 0 Comentários
Brasil tem pior temporada após anos de auge de Gustavo Kuerten

São Paulo (SP) - Em 2004, Gustavo Kuerten ainda ocupava o 40º posto no ranking mundial. Desde então o Brasil acompanha seus tenistas desabarem na lista. Nada foi pior do que 2007. Com a chegada do final da temporada, exceto por alguns torneios do tipo challengers, o ano já está fadado a ser o pior desde a época em que Guga saía do seu auge.

"É o pior ano dos nossos jogadores dos últimos anos. Desde que eu me conheço por tenista desde 1990, eu nunca vi isso", afirma Fernando Meligeni, ex-tenista e ex-capitão da Davis. Semifinalista de Roland Garros em 1999, ele chegou ao ranking 25 naquele ano.

Situação bem diferente da atual. As melhores lembranças dos brasileiros ficam por conta de três anos atrás. Em 2004, Kuerten, que já havia estado na liderança do ranking, anunciava que faria outra cirurgia para resolver o seu problema crônico no quadril. Fato ocorreu logo após o Aberto dos EUA, com Guga ainda em 21º da lista. Agora, o catarinense ainda tentar retomar a carreira em simples. No segundo semestre de 2007, ele preferiu as duplas, sem muito sucesso.

O ano de 2006 já demonstrava o que viria pela frente. Pela primeira vez desde a geração de Jaime Oncins, Guga e Meligeni, o país ficava sem um representante entre os 100 melhores do mundo no final da temporada. Este ano, o gaúcho Marcos Daniel, atual 123, pode melhorar com suas últimas disputas, porém, a queda dos outros tenistas é evidente.

Saretta, que foi o que chegou mais longe desde Guga e Meligeni (foi número 44 do mundo em 2003), diz que o ranking não é o mais importante para ele. Desde 2005, quando terminou em 109º, o paulista vem caindo. Ano passado, ele acabou em 118º. Machucado desde setembro nesta temporada, ele deve acabar perto dos 200 melhores.

"Cara, acho que o ranking só vale para entrar nos torneios. Não é parâmetro para dizer se você está jogando bem ou não. Eu não tenho mais essa loucura de ranking. Eu quero jogar com tranqüilidade e estar feliz dentro de quadra", diz Saretta, que deve voltar às quadras só em fevereiro de 2008.

Se falarmos na Corrida dos Campeões, índice que computa apenas pontos de torneios da ATP, Masters Series e Grand Slams durante o ano, o nível brasileiro é ainda pior. Para se ter uma idéia se somarmos a pontuação de todos os tenistas nacionais que estão na lista (Flávio Saretta, Gustavo Kuerten, Marcos Daniel, Ricardo Mello e Thiago Alves), ficaríamos com 51 pontos, numeração que nos deixaria perto do 95º colocado da Corrida.

A ausência de tenistas brasileiros em torneios fora do país é uma das causas para a baixa pontuação. Fernando Meligeni, no dia 8 de novembro em seu blog, defendeu a maior presença dos jogadores em competições no exterior.

Para o presidente Jorge Lacerda da Rosa, os torneios em território nacionais ainda fazem a diferença para os brasileiros. "Para o nível que estamos jogando, é. Você vai para fora, tem que pagar 900 dólares para estar lá e tentar ganhar o torneio, e não vai ganhar torneio, vai perder e vai ter que pagar hospedagem", declara o dirigente, que promete em pouco tempo formar um centro de treinamento, um velho pedido dos tenistas.

A temporada brasileira só não foi pior porque nas duplas André Sá e Marcelo Melo formaram uma das 20 melhores parcerias da temporada. Chegaram à semifinal de Wimbledon e conquistaram as quartas-de-final do Aberto dos EUA. Este último resultado descartado no ranking por causa de uma substância proibida tomada por Melo, que lhe rendeu uma suspensão de dois meses. Os dois devem ainda terminar o ano individualmente entre os 40 melhores duplistas do mundo.

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