Apesar de haver passado boa parte do tempo na liderança, o time comandado pelo técnico Antonio Carlos Barbosa caiu de produtividade no segundo tempo e acabou levando a virada no quarto decisivo. Com isso, terá que se conformar com a disputa pelo bronze, também neste sábado, no mesmo local.
A derrota desta tarde repete a história dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Na Grécia, as australianas foram responsáveis pela eliminação brasileira na semifinal. Em casa, a seleção brasileira tentava o bicampeonato.
O jogo - Alessandra foi a primeira a marcar na tarde, colocando o Brasil na frente. Em quatro minutos jogados, as brasileiras lideravam por 10 a 9, mas as australianas assumiram a liderança (10 a 11) graças à boa atuação de Penny Taylor, responsável por nove pontos.
Iziane insistia nas tentativas de três pontos, mas a bola não caía e o placar indicava 10 a 13 para as visitantes. Uma cesta de Êga deixou o Brasil encostado e quando finalmente Iziane acertou na longa distância o Brasil passou à gente com 15 a 13.
Marcada, Lauren Jackson tinha dificuldades para pontuar, mas Taylor era o diferencial australiano e já somava 11 dos pontos da equipe.
Ao contrário das partidas anteriores quando deixava para mexer no grupo apenas após o intervalo principal, Barbosa fez sua primeira alteração ainda antes do final do primeiro quarto. Colocou Adrianinha no lugar de Helen e Micaela substituindo Iziane. A armadora foi a responsável pela cesta que garantiu o empate brasileiro em 21 no soar da campainha do primeiro quarto.
No início do segundo quarto, a seleção liderava com 31 a 27. Mesmo com uma certa irregularidade defensiva - em dado momento do jogo, as australianas conseguiram três rebotes na mesma descida à cesta antes de marcar - para encostar em 35 a 33. O Brasil fechou o primeiro tempo em 40 a 39.
Barbosa voltou com seu quinteto titular no terceiro período e com 3min25 por jogar chegou aos 57 a 54. Na marcação cerrada de Alessandra, Lauren Jackson tinha dificuldades para jogar e se irritava com a situação.
Enquanto isso, o ataque brasileiro seguia determinado e chegou aos 47 segundos finais com 62 pontos. Nestes quase três minutos, a Austrália conseguiu marcar apenas um ponto na cobrança de lance livre.
Iziane ampliou com uma cesta dentro do perímetro e aos 18 segundos Jackson finalmente fez uma cesta para as visitantes e ainda sofreu falta, mas não converteu o lance de bônus e o período terminou em 64 a 57.
A Austrália correu do prejuízo da melhor maneira que pode. Uma cesta de três de Jackson iniciou a reação (66 a 60) e uma bola de três de Grima baixou a distância para um ponto (68 a 67), após dois erros no ataque brasileiro.
As australianas passaram à frente com 7min02 por jogar e dispararam no marcador. Ao mesmo tempo, o time brasileiro se descontrolou em quadra. Irritado, o técnico Barbosa chamou o grupo, deu bronca, atirou a prancheta no chão, mas as australianas já lideravam por 76 a 70.
A cesta de Érika diminuiu a diferença e o rebote conquistado por Janeth do outro lado colocou pressão nas australianas, mas a situação ficava complicada porque sem Alessandra para segurar Jackson, a ala/pivô tinha mais liberdade e passou de cinco pontos no primeiro tempo para 17.
A torcida vaiava, os ataques australianos e pediu a volta da veterana número cinco. Barbosa resolveu atender, mas a situação era complicada com o time da Oceania vencendo por 81 a 72. Janeth sofreu falta e diminuiu para o Brasil, convertendo os dois lances livres.
Barbosa também tirou Êga para a entrada de Micaela. Mas as australianas seguiam inabaláveis e iam administrando a diferença para vencer em 88 a 76.