Fukuoka (Japão) - A derrota para a França no domingo mexeu com os brios da seleção brasileira no Mundial masculino. E depois de um dia de folga, apenas reparando erros, os jogadores voltaram à quadra nesta terça-feira, em Fukuoka, com ânimo redobrado e garantiram vitória tranqüila sobre a Austrália por 3 sets a 0, com parciais de 25/19, 25/19 e 25/23.
Ainda assim, não foi a apresentação dos sonhos para o técnico Bernardinho, que se mostrou irritado com alguns lapsos do atual campeão mundial, olímpico e hexa da Liga. Apesar de ainda não ter encontrado seu melhor ritmo, o Brasil garantiu classificação à segunda fase com seu terceiro triunfo em quatro partidas.
A equipe foi a sete pontos e assumiu provisoriamente a liderança do grupo B, mas será ultrapassado pelo vencedor de França e Alemanha. Em qualquer situação, encerra a quarta rodada em segundo, graças ao bom desempenho no primeiro critério de desempate, o point average (divisão de pontos marcados pelos sofridos).
Depois da derrota para a França, o Brasil entrou em estado de alerta e não pode mais se dar ao luxo de perder se quiser passar à semifinal. Vale lembrar que os resultados de agora são carregados para a seqüência, quando os classificados de B enfrentam os de C, que têm a invicta Bulgária em ótima forma e a tricampeã Itália.
Assim como na segunda partida, contra a Grécia, Bernardinho colocou em quadra o central André Heller no time titular. Mas ao contrário da outra vez, a saída de Rodrigão nesta terça foi mesmo tática e não por contusão. André Heller teve boa participação no ataque e foi bastante acionado pelo levantador Ricardinho.
Com a partida tranqüila, Bernardinho colocou em quadra no último set um time todo reserva, com Samuel, Anderson, Murilo e Rodrigão. O nível caiu um pouco, mas no final valeu a experiência do grupo. O Brasil volta à quadra nesta quarta-feira, às 3h, para enfrentar a Alemanha, em outro jogo decisivo.
Na partida, o Brasil saiu na frente e deu mostras de que não encontraria dificuldades para vencer. Com ace de Giba e André Nascimento, foi a 8 a 5 com tranqüilidade. Na volta, porém, deu a primeira queda e permitiu a virada para 9 a 8. A seleção recuperou o ritmo, fez 15 a 12 em erro rival e depois 20 a 15. No final, outro ace de Giba para fechar.
A segunda parcial começou ainda mais arrasadora. Com muitos erros dos australianos, o Brasil foi logo abrindo 6 a 1 e depois 10 a 3. Deu pequeno vacilo de novo ao permitir um 16 a 13, mas em seguida a diferença se estabilizou. Samuel ainda teve tempo de entrar, marcar um ponto e ajudar a equipe a repetir os 25 a 19.
Para o set final, a equipe que entrou em quadra foi bastante modificada, com Samuel, Anderson, Murilo e Rodrigão. O reflexo foi a vantagem australiana em toda a parcial, mas sempre em dois pontos. O Brasil só encostou de forma definitiva no 17 a 17 e virou no 21 a 20, a muito custo. A vitória veio pouco depois, da mesma forma que anteriormente: num erro rival.