Hiroshima (Japão) - Na reedição da final olímpica, deu Brasil novamente. Em partida quase que decisiva da segunda fase do Campeonato Mundial masculino de Vôlei, que está sendo disputado no Japão, a seleção brasileira masculina de vôlei bateu a Itália por 3 sets a 0, parciais de 25/23, 25/20 e 25/20 e deu um importante passo rumo à semifinal da competição.

Agora, basta que o time de Bernardinho vença Bulgária na madrugada desta quarta para continuar na briga pelo bicampeonato do torneio. Na partida contra os italianos, o destaque foi para o levantador Ricardinho, que distribuiu de forma quase que brilhante as jogadas de ataque do time nacional. André Nascimento, por sua vez, não conseguiu encaixar muitos saques, mas foi compensado pela boa atuação de Serginho na defesa. Do outro lado da quadra, Vermiglio até que foi bem, mas não contava com atuação apagada de nomes como Papi e Mastrangelo.

Destaque também para a vibração do time nacional, que está com os nervos exaltados desde a derrota diante da França ainda na primeira fase. Os italianos, por sua vez, amargam um ano complicado, onde, além de passarem problemas internos, viram boa parte de seu espaço no cenário mundial ser transferido para os fortes búlgaros e franceses, ambas equipes em franco crescimento.

Assim como ocorreu no duelo contra a República Tcheca, o ginásio de Hiroshima não estava cheio, mas a pequena torcida brasileira se fazia ouvir com gritos de "Out, Out" cada vez que a Itália sacava. A torcida rival, porém, não ficou atrás e respondia com berros de "Itália, Itália".

Na próxima rodada, o Brasil terá a dura missão de tirar a invencbilidade da Bulgária para não depender dos critérios de desempate na sua luta por uma vaga na semifinal. A Itália, por sua vez, não terá uma missão mais fácil, já que encara a França em uma briga direta por um lugar entre os quatro melhores. Quem vencer esta partida ainda tem que torcer contra os brasileiros para sonhar com a classificação.

O jogo - Como era de se esperar, a partida desta quinta-feira começou bastante equilibrada. Logo de cara, dois lances errados de Giba, colocaram a Itália na frente (4 a 3) , placar que foi mantido até o primeiro tempo técnico. As reações do técnico Bernardinho, que antes do 10º ponto, já fazia suas famosas caretas, davam conta da tensão do duelo.

Finalistas da última Olímpiada, as duas equipes continuaram fazendo um jogo muito igual, apesar de claramente ainda estarem se estudando. O Brasil só conseguiu respirar um pouco quando André Nascimento explorou o bloqueio e fez 20 a 18. Depois, em uma bela jogada que mostrou a habilidade do time nacional, o líbero Serginho levantou para Giba fazer 22 a 19.

A Itália ainda esboçou uma reação no final do set e, após um lance polêmico que reclamou de uma bola fora que supostamente teria caído na quadra, encostou em 24 a 23 no placar. Um saque errado, porém, deu a vitória ao Brasil na etapa: 25 a 23.

O duelo continuou equilibrado no começo da segunda etapa, mas o bloqueio brasileiro começou a funcionar com um pouco mais de eficiência. O Brasil deu a primeira impressão de que iria escapar no placar quando Fei desperdiçou um ataque para fora e e o placar foi a 11 a 7 para o time verde e amarelo. Porém, três erros consecutivos trouxeram a Itália de volta ao jogo.

Mostrando grande força psicológica, o time de Bernardinho não se deixou abalar e novamente abriu uma vantagem de quatro pontos (16 a 12) após uma bela jogada de Serginho, que foi buscar uma bola quase perdida. O lance deu moral aos atletas nacionais, que não permitiram nova reação dos rivais. Mantendo semre uma vantagem de no mínimo três pontos o Brasil fez 2 a 0 em um saque na rede de Cisolla.

Em desvantagem no placar, a Itália passou a apostar na força de Fei, jogador que quando aparecia dava trabalho para os brasileiros. Só que após mais um início equilibrado, os campeões olímpicos novamente dominaram os europeus e chegaram a ter 15 a 11 antes da segunda parada do set. O técnico Gianpaolo Montali ainda tentou colocar Cernic no lugar de Cisolla, mas o reserva não rendeu o esperado.

Melhor para o Brasil que, com uma grande vantagem no placar, não teve muitos problemas para seguir em um bom ritmo e fechar a partida em 3 sets a 0 através de um ataque de Giba, que novamente mostrou um grande desempenho em quadra.