Madri (Espanha) - Thomaz Bellucci voltou a protagonizar uma atuação brilhante, ao vencer o primeiro set do sérvio Novak Djokovic, porém não foi páreo para o tenista invicto na temporada. O 'matador de gigantes' (apelido dado pela ATP, Associação de Tênis Profissional) não conseguiu fazer outra vítima e foi derrotado por 2 sets a 1, parciais de 4/6, 6/4 e 6/1, na semifinal do Masters 1000 de Madrid.
Na decisão do saibro espanhol, Djoko terá pela frente o anfitrião Rafael Nadal, que despachou o suíço Roger Federer. O sérvio tentará diminuir a vantagem do ibérico no retrospecto entre eles: são 16 vitórias de Rafa e apenas seis de Nole.
Após bater dois top 10 nas fases anteriores (o escocês Andy Murray e o tcheco Tomas Berdych), Bellucci tinha uma missão complicada pela frente na capital espanhola: passar pelo embalado Novak Djokovic, invicto há 30 jogos na temporada (32 ao todo) e campeão de todos os torneios que disputou em 2011.
O jogo - No começo do jogo, o sérvio encontrou muitas dificuldades em confirmar o serviço, ao passo que Bellucci sacava bem, inclusive, aplicando aces. Além disso, o brasileiro conseguiu a primeira quebra da partida. No quinto game, golpeando bem com os dois braços, o tenista do Tietê, interior de São Paulo, fez 3 a 2 e, logo em seguida, ao colocar a bola em jogo, abriu vantagem de 4 a 2.
Contrariando as críticas de que sente a pressão nas horas decisivas, Bellucci confirmou o set point, quando estava 5 a 4, (inclusive com um lance de sorte, no qual ele encheu a mão e a bolinha resvalou na rede e caiu de forma indefensável) e abriu o placar no saibro espanhol.
Na segunda parcial, Djoko, um pouco atordoado, esboçou uma reação tentando encurralar o verde-amarelo, mas o pupilo de Larri Passos salvou três break points (0-40), confirmou o saque e aumentou a confiança.
Prova disso foi o desempenho no game posterior. Aproveitando-se da apatia do adversário, o representante nacional colocou o vice-líder do ranking mundial para correr (Djoko teve raras oportunidades de subir à rede) e, sem perder nenhum ponto, fez 3 a 1 no confronto.
No entanto, o atleta europeu (retomando o jogo habitual) devolveu a quebra, fez 4 a 3 e deixou o brasileiro, mostrando um pouco de cansaço, em seu momento mais crítico do jogo. Bellucci, com personalidade, bem que tentou voltar à partida (confirmou um game sem perder uma bola), porém não evitou outra quebra e o triunfo do sérvio no segundo set.
Com a vitória, Djoko cresceu no jogo e inverteu a dinâmica. Logo no segundo game, o sérvio quebrou o saque do brasileiro, que reclamou de dores na virilha, e tomou a dianteira da partida. Bellucci buscou se recuperar, mas o oponente soube administrar a vantagem e o mau momento do brasileiro para fechar o set em 6/1 e a partida em 2 a 1.
Com o resultado, o sérvio somou sua 31ª vitória (igualando Bjorn Borg) e sua sexta final na temporada. Já Bellucci, apesar da derrota, levou o Brasil a uma semifinal de Masters após oito anos. A última vez foi Guga, em Indian Wells 2003.