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Bate-bola: Raul Cançado da Silva Júnior

Raul Cançado
jeozadaque garcia/da redação - 15 de out de 2010 às 15:57 711 Views 0 Comentários
Bate-bola: Raul Cançado da Silva Júnior De Cançado, Raul garante que tem apenas o sobrenome.

Seu nome não combina muito com a modalidade que pratica. No momento de se inscrever nas provas, o ciclista dispensa o "Da Silva" e o "Júnior" para usar o sobre nome inusitado. Aos 28 anos, Raul Cançado (com cedilha mesmo) da Silva Júnior é um dos principais nomes do ciclismo brasileiro na atualidade. Em Mato Grosso do Sul, quando 'bancou muito do próprio bolso para competir', foi destaque competindo tanto em estrada quanto no mountain bike. Hoje ele compete pela equipe de Ribeirão Preto.

No Bate-bola, ele conta sobre sua carreira, garante que não liga com as brincadeiras com seu sobrenome e revela que torce para a situação do ciclismo sul-mato-grossense melhorar, para voltar a competir por aqui. "Sempre torço para que melhore o ciclismo de Mato Grosso do Sul. Aí volto", garante.

Esporte Ágil - Conte como foi seu começo no ciclismo, lá em Dourados.
Raul Cançado
- Quando era pequeno, gostava de bike, e quando fui ficando maior, queria uma para andar. Aí mudei para uma escola longe 10 quilômetros da minha casa. Depois disso, tive que comprar uma bike melhor para ir a escola. Assim fui me apaixonando cada vez mais. Logo em seguida estudava e trabalhava, e cada vez melhorando a bicicleta. Com o tempo, tomei gosto pela coisa e comprei uma Speed.

EA - Já ganhou muitas provas em Mato Grosso do Sul?
RC
- Nossa, ganhei muitas provas em várias cidades de Mato Grosso do Sul. As últimas foram em Campo Grande: a Copa Metropolitana de Mountain Bike e a Copa Metropolitana de Speed em 2007. Ultimamente não estou correndo muito por aí. Quando vou, é para descansar.

EA - E quando você competia por aqui, que recordações guarda dessa época?
RC
- Comecei a correr por Dourados, com o Clube Douradense de Ciclismo, e depois fui para a Associação Gilmar Bicicletas. Os dois clubes me ajudaram muito, se não fossem eles, não estaria aqui. Tenho boas recordações e fiz muitas amizades que até hoje eu cultivo. O Gilmar, presidente da Associação, me ajudou e me ajuda até hoje. Não perdi o contato nem a amizade.

EA - E como pintou o convite para você ir competir fora?
RC
- Foi através do Gilmar Elias. Ele tem amizade com o Marcos Mazzaron, e nessa época o Marcos queria montar uma equipe e precisava de alguns atletas novos. O Gilmar tinha arrumado para o filho dele, o Jesus Brenno, e para o Magno Prado. O Gilmar foi conversando e no fim levou eu, Cleomedes Vanelli e o Alexandre.

EA - Mato Grosso do Sul tem vários atletas competindo fora, como o Magno Prado, Luciene Ferreira e o Diego Portugal. Você acha que aqui tem muita gente que não é valorizada?
RC
- Mato Grosso do Sul é muito forte em todos os esportes, principalmente no ciclismo. O problema é o patrocínio. Os empresários não ajudam em nada. As empresas que podem abater nos impostos também não. O governo, que pode dar bolsas, também não ajuda.

EA - Alguns atletas reclamam que MS não tem força no mountain bike. Você concorda?
RC
- Tem força sim, o problema é que ninguém incentiva o esporte e nem fazem corridas. As provas de MS estão ficando cada vez mais fracas em premiação e organização. Para um atleta se dedicar mais ao esporte, tem que ter uma premiação melhor e uma maior divulgação das provas. Está faltando uma federação melhor para o ciclismo.

EA - E como é sua vida competindo em São Paulo?
RC -
Eu ganho salário, bikes, uniformes e condução para as corridas, sem contar as corridas que dão premiação. Já banquei muito do próprio bolso quando comecei, mas hoje estou nessa situação melhor.

EA - Mudando de assunto, seu sobrenome não combina muito com o esporte que você pratica...
RC -
Não me incomoda (risos). Fui militar em 2000, e meu nome de guerra era Cançado. Tenho colegas que nem me chamam mais pelo nome, é sempre Cançado. Na minha bike eu coloco sempre o meu nome e o tipo de sangue (Raul Cançado A+).

EA - Você descarta voltar a competir por Mato Grosso do Sul?
RC -
Então, se for competir aí, as equipes têm que dar uma estrutura para competir. Sempre torço para que melhore o ciclismo de Mato Grosso do Sul. Aí volto.

EA - E como você avalia o ciclismo hoje no Brasil?
RC
- Melhorou muito, mas tem muito para melhorar ainda.

EA - Em que já melhorou e em que pode melhorar?
RC -
Cresceu o número de equipes, cresceram os investimentos nos atletas, mas falta melhorar na Confederação. Eles têm que mandar mais atletas como seleção para correr fora do País. Esse ano eles só mandaram uma seleção para a Colômbia, e tem muita verba que destinada só para isso.

EA - Quais os seus principais objetivos hoje no ciclismo? Tem planos internacionais?
RC -
Tenho sim! Acabei de vir dos Estados Unidos e fiz muitas amizades. Creio que ano que vem eu vou correr algumas provas por lá. Fui a uma Feira de Bike, chamada InterBike. São os lançamentos 2011. Um amigo me chamou e me presenteou com a passagem. Aí tive que ir (risos).

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