A crise na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) parece estar longe de terminar. Em meio a um cenário turbulento, filiados à entidade ligados ao presidente do Costa Rica, André Baird, convocaram uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), com a exigência de que as eleições para a presidência ocorram ainda em 2024, desafiando o presidente interino, Estevão Petrallás, que havia decidido postergar o pleito para 2025.
A convocação foi feita com base no Art. 80 do Código Civil e o Art. 21 do Estatuto Social da FFMS, e busca garantir a participação democrática e a transparência na gestão da entidade. De acordo com o edital de convocação, publicado no último dia 30, a AGE será realizada no próximo dia 12 de dezembro, no Hotel Internacional, em Campo Grande.
A decisão de prorrogar as eleições, anunciada por Petrallás, gerou controvérsia. Em 13 de novembro, o presidente interino decidiu adiar o pleito para 2025, desconsiderando a vontade da AGE, que havia determinado que o processo eleitoral fosse realizado ainda neste ano. O atraso nas eleições afeta diretamente os direitos dos clubes, especialmente os que participaram do último Campeonato Estadual da primeira divisão, que possuem direito a voto com peso 3, conforme o Estatuto.
A decisão de adiar as eleições também é criticada por prejudicar a representatividade e a confiança dos filiados, além de comprometer a transparência na administração da FFMS.
A situação da FFMS já vinha sendo marcada por polêmicas, com a recente operação "Cartão Vermelho", realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investigou o envolvimento da entidade em casos de corrupção. O ex-presidente Francisco Cezário de Oliveira foi destituído após ser preso, o que levou à nomeação de Petrallás para a presidência interina, com o objetivo de assegurar a normalização da Federação até que um novo presidente fosse eleito.
Entretanto, a FFMS continua a enfrentar desafios, com denúncias de irregularidades no processo eleitoral, como apontado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), que suspendeu a eleição agendada para o dia 1º de novembro devido a falhas nos prazos estabelecidos no edital. A situação tem gerado ainda mais incertezas sobre a governança da entidade e sobre o futuro do futebol no Estado.
O novo presidente, que deverá ser escolhido na assembleia, terá um mandato até 2027, conforme os requisitos do Estatuto da FFMS.