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Advogada mantém rotina no voleibol e destaca paralelos entre as duas áreas

da redação - 11 de dez de 2025 às 15:02 111 Views 0 Comentários
Advogada mantém rotina no voleibol e destaca paralelos entre as duas áreas Da Redação

“Assim como o esporte de rendimento, a advocacia não é para covardes.” A frase resume a forma como Camila Mirtes Braun Terhorst, 37 anos, advogada e atleta de voleibol, enxerga a relação entre as duas atividades que divide diariamente. Nascida em Chapecó (SC), ela começou no voleibol aos 13 anos, após ser convidada para treinar na equipe de base do município. Desde então, mesmo em períodos de pausa para estudos, trabalho ou maternidade, afirma que o esporte jamais deixou de estar presente. “Desde que o voleibol entrou na minha vida, nunca mais saiu”, diz.

 

Camila se mudou para Dourados em 2010 e, no ano seguinte, passou a treinar com a equipe da AABB. O esporte, que inicialmente ganhou espaço pela estatura e pelo incentivo dos treinadores da infância, tornou-se com o tempo uma prática que ela mantém paralelamente à profissão. A partir de 2016, integrou o time Passe A, posteriormente renomeado para Skill/Passe A, equipe pela qual continua atuando em treinamentos e competições. Com a vida profissional estabilizada e os filhos mais crescidos, encontrou espaço para se dedicar com maior frequência aos treinos físicos e técnicos. “Costumo treinar duas vezes por semana na Skill Sports e três vezes por semana na Skill Performance, com trabalho físico específico para o voleibol.”

 

A ligação com a advocacia veio depois do esporte, mas hoje as duas áreas se complementam. Camila explica que o voleibol funciona como uma forma de aliviar a carga mental da rotina jurídica. “Costumo dizer que o único momento em que consigo realmente me desconectar do trabalho, parar de pensar nos processos, é quando estou jogando vôlei”, afirma. Para ela, a pausa não é apenas descanso, mas parte do processo de raciocínio. “Há momentos em que é preciso se desligar do problema para enxergá-lo por outro ângulo e com mais clareza. Comigo funciona muito bem.”

 

A advogada aponta paralelos entre quadra e tribunais. Segundo ela, tanto no esporte quanto no Direito é necessário reagir rapidamente, adaptar estratégias e lidar com pressão. “No voleibol, aprendemos a agir com rapidez, precisão e estratégia. Na advocacia não é diferente. O advogado precisa interpretar cenários, antecipar movimentos da parte contrária e escolher a melhor estratégia para cada situação”, explica. Ela também cita a necessidade de resiliência: “Tanto na quadra como nos tribunais é preciso persistência para seguir lutando, mesmo quando o cenário parece adverso.”

 

Conciliar treinos e carreira jurídica, no entanto, não é simples. Camila divide o tempo entre audiências, estudos, prazos e a rotina familiar. Ela é casada com Everton e mãe de dois filhos: Celina, de 13 anos, e Benjamin, de 5. A família, segundo ela, é fundamental. “Contar com a ajuda, a compreensão e o incentivo deles é essencial para conseguir conciliar tudo. Esse, sem dúvidas, é o meu time número um.” A disciplina, afirma, é o que permite cumprir os compromissos. “Procuro seguir uma rotina e ter disciplina para fazer minhas atividades da forma como me propus, deixando a procrastinação de lado e mantendo o foco.”

 

Camila destaca que, ao longo dos anos, o voleibol trouxe conquistas pessoais e familiares. Embora tenha títulos, diz que sua maior realização no esporte é ver a filha seguir caminho semelhante. “Ter passado para ela não apenas a prática do esporte, mas os valores que ele traz, é o maior título que eu poderia ter conquistado.” Na advocacia, afirma que cada processo possui a mesma importância. “Ajo com lealdade e com a mesma intrepidez em cada causa que assumo, reconhecendo que todas as vitórias têm importância, pois só por meio da justiça é possível restaurar direitos e transformar vidas.”

 

Sobre os objetivos futuros, Camila pretende continuar evoluindo no esporte e na carreira. No voleibol, deseja aprimorar aspectos técnicos, físicos e estratégicos, mantendo o compromisso com a equipe. No Direito, quer seguir atuando de forma cuidadosa e eficiente. “Acredito muito que a humanidade, a sensibilidade e o cuidado empregados em cada caso fazem diferença. Esses elementos são inegociáveis.”

 

A advogada e atleta também deixa uma mensagem a quem busca trilhar carreira sem abandonar o esporte. “O esporte sempre fez parte da minha vida, para mim ele é inegociável.” Ela afirma que a prática esportiva é capaz de desenvolver valores e competências que servem para qualquer área. “Quando se entende os benefícios de uma vida ativa, dá-se um jeito de incluir o esporte na rotina. Ainda que em alguns momentos seja necessário dedicar mais tempo a uma área específica, é possível conciliar e colher os benefícios.”

 

Para ela, o aprendizado adquirido na quadra se transfere para todas as esferas. “Aprendi que a vida é um jogo mental e que o esporte é uma excelente ferramenta para aprender a decifrar esse jogo.”

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