O jiu-jitsu tem ganhado cada vez mais espaço no interior de Mato Grosso do Sul, impulsionado pelo trabalho de professores que dedicam suas vidas à modalidade. Em Vicentina, Rafael Alcântara é um dos nomes à frente desse crescimento. Professor e fundador da academia que leva seu nome, ele começou sua trajetória no esporte ainda em 2011, quando iniciou no judô em Fátima do Sul com o professor Fabrício Porfírio. Pouco tempo depois, em fevereiro de 2012, conheceu o jiu-jitsu e não parou mais. "A paixão pelo esporte tomou conta de mim e nunca mais parei", relembra.
A decisão de abrir sua própria academia veio em 2017, quando retornou a trabalhar em Vicentina e percebeu a demanda local. "Tinha vários alunos que moravam em Vicentina e iam treinar em Fátima do Sul, então resolvemos abrir um espaço para treinar aqui. Foi uma das melhores coisas que fizemos", conta Alcântara. Desde então, o local tem sido um polo de formação de novos atletas e entusiastas da modalidade.
Ensinar jiu-jitsu no interior do estado traz desafios, especialmente devido à distância dos grandes centros. "O deslocamento até a capital sempre vai ser difícil pelo tempo e pelos custos", destaca o professor. Ainda assim, ele observa que a modalidade tem se desenvolvido de forma significativa em Mato Grosso do Sul. "Sempre com ótimos profissionais à frente das federações e das grandes academias, com pessoas idôneas. Isso sempre será o diferencial no crescimento do esporte", afirma.
Mais do que a parte técnica, Alcântara valoriza o impacto do jiu-jitsu no desenvolvimento pessoal de seus alunos. "Além de auxiliar na coordenação motora, condicionamento físico e mental, ele aumenta sua autoconfiança em todas as áreas da sua vida, como trabalho, com sua família e amigos", ressalta.
A academia já revelou atletas de destaque, como Rafael Filho, campeão da etapa do estadual de Dourados na faixa amarela, e Antônio Oliveira, conhecido como "Portuga", que tem se consolidado na faixa marrom. Além deles, Ana Lígia Abreu conquistou recentemente o título no Open Deodápolis.
Para Alcântara, o jiu-jitsu é uma ferramenta poderosa de inclusão e transformação social. "Quando você ocupa sua mente com algo que realmente importa, o restante não vai te influenciar. Durante os treinos e até mesmo nas competições, isso sempre mostra o quanto você é capaz de fazer coisas que nem imagina", diz.
A rotina de treinos na academia é dividida entre a parte técnica, realizada às segundas, quartas e sextas-feiras, e a preparação física, que ocorre às terças e quintas. O professor também trabalha com foco no desenvolvimento das categorias de base, visando preparar crianças e adolescentes para o futuro. "Estamos trabalhando bastante a nossa base para que nos próximos anos essas crianças possam se tornar adultos mentalmente fortes", planeja.
Para quem deseja iniciar no jiu-jitsu, mas ainda tem receios, Alcântara faz uma analogia simples. "O jiu-jitsu é muito melhor do que você pode imaginar. É igual andar de bicicleta: no começo, você tem medo de cair, mas logo aprende a se equilibrar e já está andando de mãos soltas", conclui.