Tianjian (China) - Em uma partida que tinha tudo para ser tranqüila, o Brasil se complicou graças a algumas falhas da defesa e precisou valer-se da estrela de suas principais jogadoras para vencer a Austrália por 3 a 2, em uma partida disputada na cidade chinesa de Tianjin, válida pelas quartas-de-final da Copa do Mundo Feminina de Futebol.
Com este resultado o time comandado por Jorge Barcellos se garante nas semifinais da competição e enfrentará ninguém menos do que as temidas norte-americanas, que neste sábado bateram a Inglaterra.
O jogo - Logo nos primeiro minutos o Brasil impunha seu jogo e não tardou a inaugurar o placar. Aos quatro, a meia Formiga dominou a bola na intermediária e mandou um petardo, que a goleira Barbieri - que mede apenas 1,68m - não conseguiu alcançar e a bola foi morrer no fundo das redes australianas.
Com o gol, o Brasil se soltou em campo e por pouco não marcou novamente no minuto seguinte, quando Marta recebeu lançamento em profundidade, ganhou na velocidade da defesa adversária, mas chutou em cima de Barbieri. Aos oito, Cristiane testou novamente a goleira australiana de longe, mas desta vez a arqueira conseguiu fazer uma boa defesa.
A equipe verde amarela mandava no jogo e apostava no toque de bola e velozes contra-ataques para surpreender as australianas. E foi num destes lances que se originou seu segundo gol. Aos 22 minutos, Cristiane recebeu a bola, invadiu a área e foi calçada. Pênalti. A craque Marta bateu firme no canto esquerdo de Barbieri e anotou seu quinto gol na Copa, igualando-se na artilharia com a norueguesa Gulbrandsen.
No entanto as australianas reagiram aos 35 minutos. A zagueira Renata resolveu atrasar a bola e não viu a aproximação da rival Lisa de Vanna, que invadiu livre a área, driblou Andréia e quebrou a invencibilidade da goleira brasileira, que não era vazada em partidas oficiais desde as Olimpíadas de Atenas, em 2004.
Apesar do gol, a Austrália voltou a tomar sufoco de Marta e companhia. O Brasil continuava arriscando várias bolas de fora da área e valia-se também de cruzamentos venenosos, que deram bastante trabalho para a goleira Barbieri. No entanto, o time verde amarelo não soube aproveitar a superioridade para ampliar sua vantagem.
A situação de domínio do Brasil manteve-se no segundo tempo, embora as australianas exigissem um pouco mais da goleira verde amarela Andréia. Com bom volume de jogo, as brasileiras rondaram constantemente a área rival, mas não levavam grande perigo à meta de Barbieri.
Mas a Austrália aos poucos foi se achando em campo e valia-se das falhas das brasileiras para levar perigo. E foi em uma destas situações que o time da Oceania empatou o jogo aos 24 minutos. Em um cruzamento na área, Andréia sai mal e Lauren Colthorpe se antecipou de cabeça para colocar a bola para as redes.
Quando o Brasil parecia ter complicado uma partida fácil, o time se valeu da estrela de uma de suas principais jogadoras para retomar a dianteira. Cristiane, aos 30, dominou a bola na entrada da área e se aproveitou da deficiência da goleira australiana - chutes altos de fora da área - para colocar a bola na gaveta.
Com o gol, a equipe brasileira retomou o comando do jogo e mantinha as rivais australianas em seu campo de defesa. No final, acabou prevalecendo a lógica e Marta e companhia conseguiram carimbar o passaporte para as próxima fase, na qual encararão as grandes rivais dos Estados Unidos.
E as semis prometem outro confronto de gigantes do outro lado da chave, Isto porque, em outro jogo das quartas neste domingo, a Noruega derrotou as anfitriãs da China por 1 a 0, na cidade deWuhan. O único gol da partida foi marcado por Isabell Herlovsen, aos 32 do primeiro tempo. Classificadas, as escandinavas decidem uma vaga na decisão contra ninguém menos que as atuais campeãs da Alemanha.