São Paulo (SP) - A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) decidiu que permitirá o uso dos polêmicos maiôs tecnológicos na última seletiva olímpica nacional, que começa na tarde desta terça-feira no Parque Aquático Maria Lenk.
"Fizemos uma consulta à Fina (Federação Internacional de Natação), e o uso está liberado", afirmou o supervisor da entidade, Ricardo de Moura, no congresso de abertura da competição. Até mesmo modelos mais usados na maratona aquática, acusados de melhorar a flutuabilidade dos competidores, poderão ser trajados.
A notícia, no entanto, pouco conforta os atletas, já que o artigo da Speedo, que é patrocinadora da seleção brasileira, apontado como um dos grandes responsáveis pela onda de novos recordes mundiais vistos nas últimas seletivas nacionais européias e australiana, está em falta no mercado brasileiro.
"Entramos em contato com a Speedo, e o problema é na importação do produto. Isso foge de nossa alçada", contou De Moura.
A previsão dos dirigentes é contar com o LZR Laser a partir de junho, apenas para a última fase de treinamento dos nadadores. "Nós vamos comprar esse maiô para os nossos nadadores", enfatizou o presidente da CBDA, Coaracy Nunes.
Exceção entre os atletas, Thiago Pereira já tem um traje e deve usá-lo em sua volta ao Parque Aquático que o consagrou nos Jogos Pan-Americanos, quando foi a grande estrela da natação brasileira. O nadador já tem índice para seis provas: 200 m livre, 100 m e 200 m costas, 200 m peito, além dos 200 m e 400 m medley.
Thiago deve usar, porém, somente a calça, já que não se adaptou ao modelo de macacão usado pela maioria dos velocistas, como César Cielo. "Em cima, o maiô \'pega\' no ombro, incomoda um pouco na braçada", contou.
Sem maiô, a velocista Tatiana Lemos tenta se unir e Flávia Delaroli e Fabíola Molina no time olímpico feminino e prefere não pensar na possível vantagem. "Prefiro pensar que ajuda, mas não que faz a diferença. No caso da eminência de recorde, acho que poderia até dar aquele incentivozinho, mas não faz nenhum milagre."
Animada, ela espera "uma boa surpresa" no torneio. "Em um torneio que nadei nos EUA, me ofereceram um desses maiôs para usar e devolver. Até experimentei, mas o modelo ficou meio largo. Achei melhor não arriscar. Algumas meninas usaram e reclamaram que entrou água", afirmou Tatiana.
O maiô já foi responsável por um grande contratempo no mês passado com Cielo, durante uma competição nos EUA. Na véspera do GP de Ohio, o brasileiro se lesionou ao experimentar um novo protótipo de roupa de um patrocinador, e deslocou os polegares.