Maillon Machado é um atleta de strongman que se destaca no cenário nacional e internacional. Natural de Herval d’Oeste, Santa Catarina, e residente em Campo Grande, ele se dedica ao esporte há mais de uma década.

Sua trajetória começou após uma competição amadora em Campo Grande, que despertou sua curiosidade para o universo do strongman. "Após uma competição em Campo Grande a nível amador, tive a curiosidade de tentar", conta o atleta.

Antes de se dedicar ao strongman, Maillon praticava powerlifting, mas acabou se lesionando em duas ocasiões, o que o impossibilitou de seguir com o esporte. "Eu já fui atleta de powerlifting, outro esporte de força chamado também de levantamento básico, porém tive duas lesões que me impossibilitaram continuar", explica. O strongman, por ser uma modalidade mista, foi uma escolha natural, e Maillon se adaptou bem aos desafios da modalidade.

O treinamento diário de Maillon é intenso e envolve musculação todos os dias, com foco específico para o strongman. "Basicamente musculação todos os dias com os dias específicos de strongman, pois ter o músculo específico condicionado é diferente de ter força no mesmo", revela. Entre os exercícios mais exigentes, o atleta destaca os agachamentos. "Mais de 80% do strongman consiste em tirar equipamentos do chão com uma alta carga e ainda transportar por uma determinada distância", explica.

Um dos maiores desafios enfrentados por Maillon é a combinação de cansaço físico e as condições climáticas de sua região. "Hoje em dia posso dizer que o cansaço do trabalho mesmo e algumas vezes o calor sul-mato-grossense, mas somos atletas brasileiros e acredito que este é nosso segredo de resiliência", comenta.

O Super Yoke, um dos equipamentos mais exigentes do strongman, também exige muita dedicação por parte do atleta. Neste exercício, o atleta carrega uma carga de até meia tonelada nos ombros e deve caminhar com ela por uma distância de 5 metros. "Um equipamento chamado Super Yoke, onde o equipamento fica apoiado nas costas e o atleta precisa levantar e caminhar com cargas aproximadamente de meia tonelada de 5 metros para uma quebra de recorde ou até mesmo por distância", descreve Maillon.

O planejamento de Maillon é baseado nas competições que ele pretende disputar e nas falhas que ele precisa corrigir. "Normalmente planejado sobre as provas que possivelmente terão na competição ou evoluir algumas falhas específicas", afirma. Ele também adapta seu treinamento conforme suas necessidades e segue um ciclo de destreinamento quando necessário. "São períodos já esperados, mas como sei as fases do treinamento, eu começo um período chamado destreinamento, na qual eu realmente fico bem."

Maillon já participou de competições de alto nível, incluindo dois campeonatos mundiais, onde enfrentou os melhores atletas do mundo. "Os dois mundiais até o momento, pois é onde eu preciso competir com nada mais nada menos que os melhores do mundo", diz. Seu principal objetivo no esporte é se tornar campeão mundial e representar o Brasil. "Me tornar campeão mundial", afirma. Além disso, ele sonha em continuar competindo por muitos anos. "Viver pelo esporte representando ao máximo meu país e, se possível, após 60 anos ainda na arena", revela.

Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo de sua carreira, como a falta de patrocinadores, Maillon se mantém motivado. "Patrocinadores como sempre, do início até hoje, mesmo já se passando 10 anos no profissional atualmente", compartilha. Ele também enfrenta os desafios logísticos de ser um atleta de Campo Grande, uma cidade que ainda não possui a mesma visibilidade de grandes centros, mas acredita que isso pode mudar. "Acredito que a visibilidade do esporte seja aqui ou lá, é dependente de quem está por trás e afim de fazer, e eu vou fazer com tudo o que tenho para que Campo Grande seja realmente visto como um celeiro de novos atletas", conclui.