A trajetória da judoca Jamilly Ricarts começou ainda na infância, dentro de uma escola. O judô entrou em sua vida como uma forma de gastar energia, mas logo se transformou em paixão. “Comecei no judô quando tinha uns 6 anos na escola. Minha mãe me colocou pra gastar energia e acabei me apaixonando logo de cara”, relembra. A empolgação com os treinos era tanta que ela “ficava ansiosa a semana toda para chegar o dia do treino”.
A primeira competição marcou seu início no universo dos torneios. “Foi nos Jogos Escolares. Fiquei super nervosa, meu coração tava a mil. Na época eu treinava apenas na escola e sabia que iria lutar com meninas muito fortes”, conta. Mesmo assim, ela entrou confiante no tatame. “Parecia que o mundo sumia, era só eu e a luta”.
Jamilly já coleciona conquistas importantes. Foi vice-campeã brasileira e recentemente ficou com o bronze no Campeonato Brasileiro Regional, onde competiu na categoria Sênior. “Eu com 15 anos, contra mulheres judocas fortes, mais velhas, mais experientes. Não consegui o lugar mais alto do pódio, mas foi muito importante, porque foi desafiador”.
Há apenas três meses treinando no Judô Clube Rocha, ela destaca a importância do novo ciclo. “O sensei Diogo tá sendo muito importante pra mim. Além das técnicas, ele tá me ajudando muito a trabalhar a minha mente. Ele não deixa a gente pensar em nenhum momento que não somos capazes”.
Apesar do esforço nos treinos e resultados expressivos, Jamilly ainda não conta com apoio do poder público. “Ainda não recebo um apoio, mas minha mãe tá tentando conseguir o bolsa atleta pra mim. Muitas vezes a gente precisa correr atrás de patrocínio, transporte, realizamos rifas”, afirma. Para ela, ainda falta estrutura adequada: “Falta estrutura pra dar o suporte que os atletas realmente precisam. Mas a gente não desiste”.
Ela acredita que o incentivo ao esporte poderia começar pelas escolas e projetos sociais. “Tem muita gente talentosa que não tem oportunidade por falta de incentivo. Com mais apoio, o esporte só tende a crescer”.
Entre as inspirações no tatame está a campeã olímpica Rafaela Silva. Fora dele, a principal referência é a mãe. “Minha mãe tá sempre do meu lado e me apoia em tudo”.
Mesmo enfrentando momentos difíceis, como derrotas marcantes, Jamilly não pensa em desistir. “Nesses momentos eu lembro de tudo o que já conquistei e do quanto amo o judô. Isso me dá forças pra continuar”.
O foco agora é seguir evoluindo e conquistar novos espaços. “A curto prazo, quero me destacar nos campeonatos estaduais e nacionais. Já a longo prazo, meu maior sonho é vestir o kimono da Seleção Brasileira e disputar uma Olimpíada. Sei que é difícil, mas tô disposta a lutar por isso”.