César Augusto Progetti Paschoal renunciou ao cardo de presidente da Federação de Judô de Mato Grosso do Sul (FJMS). A decisão foi oficializada no dia 24 de março e o anúncio foi feito pela entidade por meio das redes sociais.
Paschoal, que presidiu a FJMS durante oito anos, entre 2005 e 2013, reassumiu o cargo por aclamação em 2017. Agora, deixa a entidade por “motivos pessoais”, segundo publicação da FJMS. O 1º vice, Antonio Carlos da Rocha, também anunciou sua saída juntamente a Paschoal.
Quem assumiu, oficialmente no dia 30 de março, foi José Ovídio Duarte da Silva, Kodansha, 6º Dan. O mestre, que mora e atua em Três Lagoas, fica no cargo até março de 2021. Com 38 anos de dedicação ao judô como professor, José Ovídio revelou grandes nomes e que, atualmente, destacam-se na região do Bolsão de Mato Grosso do Sul.
Em entrevista ao Esporte Ágil, José Ovídio Duarte da Silva retrata como será a caminhada da FJMS daqui pra frente, os desafios de se manter o alto nível técnico e competitivo do judô sul-mato-grossense, que figura entre os quatro melhores estados do país na modalidade, e também fala a respeito da troca de comando, principalmente no que se refere à mudança da presidência da capital para Três Lagoas.
Confira a entrevista:
Esporte Ágil: Primeiramente, o Esporte Ágil congratula a sua assunção ao cargo de presidente. Como o senhor se sente tendo assumido agora a FJMS?
José Ovídio: O César e eu já vínhamos caminhando juntos e está sendo uma transição muito tranquila.
EA: MS está entre os quatro melhores estados do país na modalidade e tem 34 clubes, 450 faixas-pretas, 50 árbitros e, pelo menos, 4,5 mil crianças. É bastante gente. Qual a responsabilidade de assumir essa entidade esportiva, de tamanho, de peso?
JO: Todas associações, clubes que formam a Federação de Judô de Mato Grosso do Sul (FJMS) estão unidos conosco e eu quero fazer uma gestão participativa, ouvindo a todos para tomar sempre a melhor decisão ao bem do judô. Essa é uma grande Federação, logo as cobranças também são grandes, e a melhor forma de devolver a confiança de nossos filiados é trabalhar muito e mostrar resultado.
EA: O senhor fará alguma mudança, de imediato, a curto prazo? Quais são suas propostas para o futuro do Judô?
JO: Não, não haverá mudanças de imediato, mesmo porque é uma continuidade de um projeto que, juntos, Cesar e eu, iniciamos quando fomos eleitos. Vou continuar investindo na formação e capacitação de nossos professores e técnicos para continuar crescendo.
EA: O senhor se dedicou 38 anos ao judô, grande parte como técnico e professor. Qual a importância de sua experiência para a manutenção do alto nível do judô sul-mato-grossense?
JO: De fato, foram longos anos de muita dedicação ao judô. Vi e vivi muitas experiências e posso, sem dúvidas, agregar valores ao judô de nosso estado. O segredo é manter o que está dando certo e investir na melhoria do indivíduo. É trabalhar, capacitar, repassar conhecimentos a todos do nosso judô.
EA: O senhor foi o primeiro três-lagoense a receber a faixa vermelha e branca, popularmente conhecida como faixa coral. Um presidente vindo do interior do estado é um ponto positivo para incentivar a modalidade em outros municípios de MS, além da capital?
JO: Sim, fui o primeiro e é uma honra ser um Kodansha, aumenta mais ainda a reponsabilidade para com o judô. Uma de nossas metas é levar o judô a todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Para isso, vamos buscar parcerias com Prefeituras e empresas. Essas ações têm de serem planejadas, umas a curto prazo, outras a médio e longo prazo, pois cada cidade tem uma particularidade.
EA: Falando em interior, como está a modalidade por aí?
JO: Está muito bem, temos grandes professores e técnicos no interior e, por consequência, grandes judocas, com resultados bastantes expressivos. Podemos citar como exemplo a Camila Gebara, de Dourados, com várias medalhas no exterior, representando o nosso Estado e o Brasil.
EA: Tem algo a acrescentar, que acha importante e esquecemos de mencionar? Fique à vontade.
JO: Quero agradecer ao irmão César Paschoal pelo brilhante trabalho feito ao longo desses anos em que esteve à frente da nossa Federação. Crescemos muito e continuaremos crescendo. Quero agradecer também ao professor João Rocha, que sempre esteve e estará nos ajudando com sua sapiência e, claro, agradecer aos meus diretores, que aceitaram o pedido para juntos trabalharmos em prol do Judô de Mato Grosso do Sul.
Enfim, pedir ao Grande Arquiteto do Universo que nos dê sabedoria, paciência e luz para sempre tomar as melhores decisões para o bem de todos.
EA: O Esporte Ágil agradece pela entrevista e deseja sucesso na caminhada à frente da FJMS.