Sábado, 17 de maio de 2025, 11:12

Isabelle joga, treina e enfrenta desafios no futebol em Jaraguari

da redação - 16 de mai de 2025 às 15:28 52 Views 0 Comentários
Isabelle joga, treina e enfrenta desafios no futebol em Jaraguari Da Redação

Aos 21 anos, Isabelle dos Santos Martins Fernandes carrega na bagagem uma trajetória que começou de forma simples e se desenvolveu com persistência. Natural de Campo Grande e moradora de Jaraguari, ela encontrou no futebol um caminho desde a infância. “Começou quando eu tinha 6 anos, eu jogava com os meninos na rua. Depois disso entrei em um projeto na minha cidade, onde só tinha eu de menina”, relembra. O projeto comunitário foi o ponto de partida para o que se tornaria mais que uma brincadeira: uma vocação.

Do futsal ao campo, passando pelos gramados de terrão, Isabelle passou a se destacar em sua cidade até conquistar espaço em equipes tradicionais da capital sul-mato-grossense. Comercial, Operário e, mais recentemente, o Clube Atlético Santista fazem parte de seu histórico como atleta. “Fui me apaixonando cada vez mais pelo futsal, depois de me destacar aqui em Jaraguari, comecei a jogar em grandes clubes de Campo Grande”, conta.

Apesar do gosto por todas as modalidades que pratica, Isabelle é categórica quando o assunto é preferência: “Particularmente, eu sou apaixonada no futsal!”. Ela também reconhece que houve um período de adaptação ao sair das quadras e migrar para o campo. “Senti bastante diferença quando saí do futsal para o campo. Algumas pessoas não conseguem se adaptar jogando os dois, mas como fui treinando e participando de jogos de futebol, hoje em dia já é bem mais fácil conciliar os três.”

A rotina da atleta vai muito além dos treinos e jogos. Dividida entre trabalho, estudos e o esporte, ela admite que o foco que tinha na infância e adolescência já não é o mesmo. “Hoje gosto de jogar futsal mais por lazer mesmo. Reconciliar serviço, faculdade e o esporte é meio complicado, porém nunca deixo de jogar um campeonato, um torneio…”, relata.

Entre os momentos marcantes da carreira, Isabelle cita a participação em competições estaduais, Jogos Abertos e a Copa Pelezinho, onde foi artilheira. Em 2024, ela realizou um feito importante ao disputar o Campeonato Brasileiro A3. Mas uma lembrança tem peso especial: “Algo marcante pra mim foi quando participei da 1ª Copa Nacional Quilombola, que aconteceu no Rio de Janeiro.”

A presença feminina no futebol, principalmente nos ambientes mais populares como o terrão, ainda é cercada por preconceitos e obstáculos. Isabelle fala com sinceridade sobre isso. “Ser mulher e jogar futebol não é nada fácil, mas é preciso aguentar e ignorar certas coisas para continuar fazendo o que gosta.” A falta de visibilidade e oportunidades, especialmente no interior do estado, são desafios recorrentes. “A visibilidade é um desafio enorme aqui. No MS, o futebol feminino não tem tantas oportunidades assim.”

Mesmo diante das dificuldades, ela não deixa de reconhecer as influências positivas ao seu redor. A família, especialmente os avós com quem mora, é uma base importante. “Lembro quando treinava no Comercial, meu avô me levava todos os dias para treinar e me incentivava bastante. Atualmente eles continuam me apoiando, sempre falam para mim não desistir do meu sonho.”

Quando questionada sobre suas inspirações, Isabelle não hesita em citar dois nomes que representam diferentes trajetórias no futebol: Marta e Neymar. Se por um lado reconhece o talento e a história da maior jogadora brasileira, por outro também se identifica com a criatividade e ousadia do camisa 10.

O sonho de vestir a camisa da Seleção Brasileira já foi mais presente em sua mente. Hoje, Isabelle encara o esporte de uma forma diferente, mas sem perder o vínculo com aquilo que sempre a moveu: a vontade de jogar. “Estar em uma seleção brasileira, ser reconhecida… Porém acho que isso tudo já ficou pra trás”, diz, sem amargura. “Aliás, ser jogadora de futebol sempre foi um sonho desde criança.”

O conselho que deixa para outras meninas que enfrentam preconceito ou têm medo de começar é direto, firme e carregado de vivência: “Eu diria pra vocês meninas que sonham em se tornar jogadora ou trabalhar nesse meio, nunca desistir. Por mais que o caminho seja longo e difícil, tenham fé e lutem até o fim! O futebol feminino precisa ser visto, e vocês que estão começando agora podem fazer parte dessa conquista lá na frente, juntas e lutando por nossos direitos!”

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