Henrique Sasha: "Ensinar e competir são desafios que me motivam"

da redação - 29 de abr de 2025 às 16:24 38 Views 0 Comentários
Henrique Sasha: "Ensinar e competir são desafios que me motivam" Da Redação

Henrique Aparecido da Silva, mais conhecido como "Sasha", é um nome crescente no cenário do jiu-jitsu e do Muay Thai e já tem em seu currículo mais de 100 medalhas. Ele começou sua trajetória no jiu-jitsu de forma quase casual, mas logo se apaixonou pelo esporte. Hoje, é professor e competidor, sempre em busca de evolução, tanto pessoal quanto para seus alunos.

O início de Sasha no jiu-jitsu remonta a 2015. "Comecei a treinar na brincadeira para ver como seria a experiência no jiu-jitsu, até porque já treinava Muay Thai", conta. No começo, ele não imaginava que aquele primeiro contato com o esporte fosse se tornar uma carreira tão significativa. "Já comecei a competir logo de cara, com 15 a 30 dias de treino", lembra. A vontade de competir, algo que sempre o atraiu, logo se manifestou. Desde então, o jiu-jitsu tornou-se uma parte essencial de sua vida.

Apesar de ser um competidor dedicado, Henrique se vê como um eterno aprendiz, e a carreira de professor se tornou um novo desafio. "Ensinar todos os dias e também aprender com os ensinamentos", explica. Para ele, o processo de ensinar é tão enriquecedor quanto competir. "Sempre gostei de transmitir conhecimentos, tanto para melhorias no esporte quanto na vida pessoal."

A trajetória de Henrique como atleta de jiu-jitsu foi influenciada pelos seus primeiros mentores. "Quando comecei, eu treinava somente eu de aluno e três faixas pretas: o professor Xuxa, Brandão e Pandão. Sempre tive o apoio dos meus pais, professor e patrocinadores", revela. Esse suporte foi fundamental para a sua evolução e para a formação da mentalidade de um competidor. Henrique também destaca o papel da equipe De La Riva, onde permanece até hoje. "Sou da equipe De La Riva desde que comecei, da faixa branca até a preta. Fazer parte da equipe é uma honra. Até porque o pessoal confia no trabalho que fazemos todos os dias", afirma.

A equipe De La Riva, uma das mais tradicionais do jiu-jitsu mundial, foi essencial para sua formação, não apenas técnica, mas também no que diz respeito aos valores do esporte. "Os valores fundamentais aqui na academia são formar bons cidadãos e também grandes atletas. E seguir a hierarquia, que é o respeito com o tatame, professores, instrutores, alunos e também amigos", detalha Sasha. Para ele, o respeito com a arte marcial é o essencial, um princípio que norteia seu trabalho como professor.

Ser um atleta e professor é uma tarefa que exige equilíbrio. Para Henrique, a experiência como competidor ajuda muito no processo de ensino. "A experiência de ser competidor ajuda muito na parte técnica de quando estamos ensinando. Tem detalhes que você só consegue adquirir na hora da porradaria de campeonatos", afirma. No entanto, ele ressalta que o papel de professor vai além da técnica. "Sendo professor, você melhora sua maturidade e desempenho mental e psicológico", observa.

Mas a competição traz seus próprios desafios. "Quando você se torna professor, o ensinar fica mais fácil, até porque você começa a dominar o que passa para o aluno. Mas claro, sempre procurando evoluir a parte técnica e de ensinamento", explica. Contudo, a competição é um campo mais complexo. "Na cabeça de um professor, ele entende que não pode perder porque vai decepcionar o seu aluno. Mas o professor que gosta de sair na porrada, que é o professor/competidor, tem essa maturidade de que perder faz parte do processo de evolução. Claro, isso leva um tempo para entender", afirma.

Para Sasha, a preparação de seus alunos vai além da parte física. Ele acredita que é essencial ensinar a importância de perder e como isso se encaixa no processo de aprendizado. "A preparação é tudo, um processo que passamos pela realidade. Ensinamos a perder primeiro, lapidamos, e logo em seguida ele vai entender que, com a dedicação dele e evolução, a vitória vem como consequência", diz. "O aluno tem que entender que quem se dedica mais tem uma porcentagem muito maior de alcançar a vitória. Trabalhamos isso", reforça.

A mentalidade de evolução constante é um dos pilares de seu ensino, algo que também reflete em sua própria carreira. "Formei faixa preta, vai fazer dois anos em setembro agora. Abri minha própria academia e estou voltando a competir nos próximos anos, focando na parte de equipe e professor para os novos atletas chegando na equipe", compartilha Henrique, que tem grandes planos tanto para sua carreira quanto para a equipe que lidera.

Henrique acredita que o jiu-jitsu é um esporte inclusivo, capaz de acolher qualquer pessoa, independentemente de sua idade, sexo ou condição física. "O jiu-jitsu é diferenciado porque ele não escolhe a pessoa. Qualquer pessoa pode treinar, independente da sua limitação, peso, força, se é homem ou mulher", afirma. "Jiu-jitsu é completo em todos os aspectos. Famoso 'xadrez humano'. Você se coloca numa posição de desconforto para tentar sair dela", observa.

Esse aspecto de superação e desenvolvimento pessoal é uma das coisas que mais o atrai no esporte. "O jiu-jitsu te ensina a lutar contra você mesmo, a não desistir nas adversidades. E é isso que eu tento passar para meus alunos todos os dias", explica.

Por fim, para aqueles que estão começando no jiu-jitsu, Henrique Sasha dá conselhos valiosos. "Visitar várias academias e ver os fundamentos, ver se o local tem profissionais com documentações adequadas, ver a questão do respeito com você. E o mais importante, se dedicar ao máximo e focar na evolução, porque a faixa preta vem como consequência", conclui.

Henrique também ressalta a importância do apoio externo para a carreira de um atleta. “O atleta precisa de parceria e patrocínio de empresas para atingir uma grande performance de luta e também para competir fora”, explica. Ele reconhece que, sem esse suporte, muitos atletas encontram dificuldades para evoluir em nível competitivo.

Em sua trajetória, Henrique construiu parcerias sólidas, algumas delas com mais de uma década de história. Entre seus apoiadores, ele cita a Força Total, Oxalá Barbearia, Clínica Veterinária Centro Oeste, Prime Suplementos, Camila Cakes, Bruno Alves “BA” e a massoterapeuta Geize Sol. Além disso, mantém uma parceria com o Instituto Sangue Bom, iniciativa voltada para doações de sangue e medula óssea.

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