Campo Grande (MS) - Ex-dirigentes comercialinos anunciaram ontem que pedirão esclarecimentos ao atual presidente-executivo, Luís Ojeda, a respeito da perda da posse da Vila Olímpica e que tentarão anular a negociação da área. Para quitar dívidas trabalhistas com ex-funcionários, a Justiça determinou que cada um recebesse uma fração do terreno. Estes, por sua vez, já fizeram a transação e negociaram o total de 93% da área da Vila Olímpica com uma empresa de engenharia e construção da cidade.
Para o ex-presidente Ugo Furlan, que dirigiu o clube nos anos de 1993 e 1995, toda a história é estranha, principalmente porque tem conhecimento da lei municipal de janeiro de 1954 que impede o Comercial de dispor da área para o pagamento de qualquer tipo de dívida.
"Está muito estranho tudo isto. Estou mantendo contatos com outros ex-dirigentes e vamos tentar um encontro com o prefeito Nelsinho Trad para que ele se posicione a respeito. Vamos lutar para que a Vila Olímpica continue em poder do clube", afirmou o ex-dirigente.
Alguns advogados e até mesmo membros de entidades de classe do setor imobiliário ouvidos ontem, afirmaram que a situação é complexa, pois a lei municipal de doação da área diz que o Comercial não pode dispor da área, mas na realidade, quem subscreveu as transferências, foi a Justiça Trabalhista. Um outro fato, é que os ex-funcionários já negociaram suas frações do terreno e quem adquiriu, seria terceiro de boa-fé, que não poderia ser prejudicado.
A Procuradoria Jurídica do Município informou ontem que o assunto está sendo analisado e apenas na próxima semana é que algum pronunciamento a respeito do caso será feito.
Por seu turno, o presidente Luís Ojeda voltou a afirmar que a área pertence à prefeitura Municipal e que o comercial apenas a utiliza. "Se alguém tem que tomar alguma providência agora é a prefeitura, a quem realmente a área pertence. Continuo otimista e tudo que está feito ainda será revertido", afirmou o dirigente.