Campo Grande (MS) - Ely Holler, do taekwondo sul-mato-grossense, renovou a parceria que tem desde 2007 com o programa bolsa-atleta para poder continuar seus treinamentos e competições.
Atleta de Santa Barbara d´Oeste, ela embarca novamente para Campinas nesta sexta-feira (25), onde treinará nas próximas semanas para a disputa dos Jogos Regionais de São Paulo.
Para ela, a política atrapalha o alto-rendimento em Mato Grosso do Sul: "O problema mesmo é o egocentrismo que o poder proporciona".
Confira um rápido bate-papo com a atleta:
Esporte Ágil - O que leva uma atleta de Mato Grosso do Sul a uma competição paulista?
Ely Holler - Os Jogos Regionais e o Jogos Abertos são duas competições fortes da modalidade, atletas de nível olímpico participam. Competidores do Brasil todo almejam participação e conquista dos títulos.
EA - Você já participou anteriormente dos Jogos por outra cidade. Qual o motivo da mudança?
EH - Sim, lutei por Presidente Prudente e conquistei medalha de Ouro nos Regionais e Bronze nos Abertos. A mudança por Santa Barbara aconteceu em uma conversa com o técnico da equipe barbarense, Carlos Costa, não pensei duas vezes, acredito muito no trabalho dele.
EA - O que você acha da modalidade em MS?
EH - Em crescimento, esse ano alguns diretores elaboraram um projeto diferenciado em relação aos anos anteriores. E sempre que se renova a diretoria há uma esperança que as coisas mudem. Torço para que aconteça porque estou há anos acreditando nisso, embora hoje como atleta acho que o melhor é tentar de tudo para depender o mínimo da entidade.
EA - A política afeta o alto-rendimento no Estado?
EH - Com certeza, ou melhor, política faz parte, o problema mesmo é o egocentrismo que o poder proporciona e o que é priorizado. Falando em alto-rendimento tenho a convicção que o coração são os atletas e não as associações como acontece na prática da modalidade.
EA - Como atleta, o que gostaria em Mato Grosso do Sul?
EH - Além do trabalho multidisciplinar, atualmente muito comum em qualquer modalidade, gostaria do respeito do atleta como um profissional. É tudo um ciclo, técnico, treinador, preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo e o objetivo principal, o atleta. Infelizmente no Estado, o atleta é cobrado como profissional, entretanto nem recebe e nem é respeitado como um, o que prejudica o próprio Estado, levando a maioria dos atletas a virarem praticantes da modalidade ou até desistirem. E ainda tem uma cadeia de consequências em âmbito nacional.
EA - Alguns agradecimentos?
EH - São vários. O investimento do Governo e principalmente às empresas que tem gestos que fazem toda diferença. Big Happy Buffet, Pro-Alerta, Recuperadora Moraes, Trainning Academia, Peralta Tattoo, família, a equipe do Fabio Costa em Campo Grande, a equipe do Carlos Costa em Campinas e outros que em algum momento apostaram em mim.