Estocolmo (Suécia) - Nove jogos foram o bastante para o técnico Dunga chegar a um número mínimo de conclusões, suficientes para construir em sua cabeça o plano de ação para a Copa América. Depois dos amistosos na Suécia, com dois resultados positivos, diante de Chile e Gana, o treinador afirma que a partir de agora suas decisões serão incisivas para a competição.
"Demos oportunidade à maioria dos jogadores que convocamos. Agora vamos nos reunir, planejar a Copa América e tomar as decisões", afirmou Dunga ao final da partida contra Gana (1 a 0) na terça-feira, em Estocolmo.
Ao longo da passagem pela seleção na Suécia, o técnico assegurou que já tem em mente a maior parte do grupo a ser levado para a Venezuela. Mas existem posições em que não existe um consenso, como no caso das laterais, onde quatro jogadores, em casa uma delas, atuaram com Dunga até o momento. Mesmo assim, o treinador refuta indecisão e diz estar apenas privilegiando a diversidade de opções.
"Não tem indecisão. Dei oportunidades a vários jogadores nas laterais. Temos essa diversidade, não apenas nessa posição. E agora vamos fazer as escolhas", argumenta.
Com uma espinha dorsal definida em torno do trio Ronaldinho, Kaká e Robinho, Dunga terá que preencher alguns espaços ainda não ocupados. Como, por exemplo, o gol e o centroavante, posições em que Júlio César e Vágner Love conseguiram boas performances durante os amistosos na Suécia e marcaram seus pontos na briga pela titularidade.
Atrás, a dupla de zaga quase não foi mexida por Dunga ao longo dos nove amistosos de seu trabalho na seleção. Lúcio e Juan, a mesma parceria da Copa, segue prestigiada, mesmo com os recorrentes problemas do sistema defensivo em bolas aéreas das últimas partidas. Por sua vez, a proteção da defesa, aparentemente tem apenas Gilberto Silva como dono absoluto de uma das vagas de volantes.
Dunga terá duas oportunidades de acabar com eventuais dúvidas ou então ratificar de vez convicções. Antes da Copa América, a seleção deve jogar mais duas vezes nas datas internacionais da Fifa.
A primeira delas será contra a Inglaterra, como o próprio técnico anunciou após a vitória sobre Gana. A partida acontecerá na nova arena de Wembley, em Londres, provavelmente no dia 2 de junho. Será o quarto jogo da seleção na capital inglesa desde o início da "Era Dunga".
Uma das questões a ser resolvida antes da Copa América é definir quais jogadores que atuam no futebol europeu pretendem sacrificar suas férias em nome da seleção. Durante a passagem do Brasil pela Suécia, Ronaldinho Gaúcho se esquivou de uma resposta sobre o assunto, argumentando que só terá condições de se comprometer ou não em participar da competição ao final da temporada na Espanha.
O meia-atacante do Barcelona, que perdeu parte de suas férias passadas em razão da Copa do Mundo, certamente lutará nos bastidores contra a posição de seu clube, que naturalmente não quer ver sua principal estrela descansar pouco pelo segundo ano consecutivo, já que nesta temporada os efeitos da sobrecarga física do atleta apareceram em muitos momentos.
Mas, por outro lado, Dunga ganhou a notícia de que Kaká não abre mão da disputa da Copa América, mesmo comprometendo parte de suas férias.
"Sou muito jovem ainda. Quero disputar tudo o que puder pela seleção. Estou à disposição para a Copa América", declarou Kaká logo após a partida contra Gana em Estocolmo.
O Brasil integra o grupo B da Copa América da Venezuela, ao lado de Equador, México e Chile - rival que a seleção bateu no último sábado em Gotemburgo por 4 a 0.
A estréia do time de Dunga acontece em 27 de junho, na cidade de Puerto Ordaz, diante dos mexicanos. No dia 1º de julho, o rival será o Chile; depois, a equipe encerra a participação na primeira fase na partida contra o Equador, em 4 de julho.