A rotina começa às 5h30 da manhã. São três sessões de treino por dia: tático pela manhã, musculação à tarde e físico à noite. A atleta de vôlei de praia Dannielly Garcia Caputo, de apenas 17 anos, vive uma rotina intensa de dedicação ao esporte. Natural de Aparecida do Taboado e atualmente moradora de Brasília (DF), ela vem se consolidando como uma das jovens promessas da modalidade.
Sua trajetória no vôlei de praia começou ainda criança, por acaso. “Começou quando a Ana Rita Muniz viu eu brincando com uma bola e fez um convite para fazer uma aula. Meu primeiro treino foi em 16 de fevereiro de 2016”, lembra. Desde então, Dannielly nunca mais parou.
A escolha pela modalidade foi natural. Segundo ela, o que mais chamou sua atenção foi o conjunto de fatores que tornam o vôlei de praia único: “A perfeição dos movimentos, o ambiente das competições na praia e a torcida”. Esses elementos foram determinantes para que ela decidisse trilhar esse caminho, que exige técnica apurada, resistência física e preparo mental.
Ao longo dos anos, vieram os desafios. A atleta afirma que o mais difícil é conciliar todas as exigências que o esporte impõe: “As cobranças do dia a dia, de saber auxiliar a parte técnica, física e psicológica”. Mesmo assim, momentos marcantes ajudam a reafirmar sua escolha. “Quando eu passei do qualifying no Brasileiro Sub-19 e, por trás desse qualifying, fui convocada para a seleção brasileira pela primeira vez”, conta, lembrando de uma das maiores conquistas de sua carreira até o momento.
Com apenas 17 anos, Dannielly já tem no currículo a representação de Mato Grosso do Sul em diversas competições nacionais. “Representei e represento Mato Grosso do Sul nos brasileiros de base”, diz. Ainda não teve a chance de competir internacionalmente, mas isso está entre seus planos: “É uma experiência única a cada jogo. Representar o Brasil fora ainda é um sonho”.
A rotina puxada e a exigência de alto desempenho não são problemas para quem aprendeu desde cedo a lidar com a pressão. O clima quente de Três Lagoas, cidade onde morou antes de se mudar para Brasília, era um diferencial que ela considera positivo. “O calor de Três Lagoas é maravilhoso para o vôlei de praia, porque o campeonato é sempre no calor. Os horários que eu mais jogo são às 12h, então é bem quente, e o clima daqui ajuda bastante”.
Mesmo com os resultados e a dedicação, Dannielly reconhece que o caminho do esporte no Brasil ainda exige superações além das quadras. “Acredito que deveria ter mais respeito, mais empatia pelo próximo. Os atletas deveriam ser tratados como profissionais e ter mais apoio, mais parceria”, afirma, destacando a importância de políticas públicas e investimentos contínuos no esporte de base.
A jovem atleta também tem uma mensagem direta para outras meninas que sonham com uma carreira no esporte. “Tem que ter muita vontade, porque a rotina não é fácil. É cansativo tanto mentalmente como fisicamente”, alerta. Para ela, é essa determinação que define quem consegue avançar no meio esportivo.
Sem competições programadas no momento, Dannielly segue focada nos treinos e na preparação. O objetivo, ela diz, é continuar evoluindo. “Vou apenas continuar treinando firme e buscando a evolução dia após dia”. Mas ela também tem metas bem claras: “Minha meta esse ano é ficar entre as três melhores duplas do Brasileiro, e para o ano que vem meu maior objetivo é conseguir uma vaga para as Olimpíadas da Juventude”.