Pedro Rojas, professor e atleta de Jiu-Jitsu, começou sua história na arte marcial aos 13 anos de idade. Criado por mãe solteira, ele e sua irmã encontraram no Projeto +1, no bairro Iracy Coelho, um espaço para diversas atividades esportivas. "Ingressei no judô com 8 anos de idade", relembra. Seu interesse pelo Jiu-Jitsu surgiu após assistir a uma luta de MMA na internet. "Um atleta franzino conduziu seu adversário visivelmente mais forte e pesado ao solo e conseguiu submissão com extrema facilidade. No outro dia, pesquisei sobre o Jiu-Jitsu, imprimi a história dos Gracie para estudar e fiz uma lista de academias próximas à minha casa."
A falta de acompanhamento profissional no início da carreira foi um dos principais desafios enfrentados. "Na minha cabeça, quanto mais eu treinasse, mais eu estaria preparado, e isso acarretou muitas lesões logo na adolescência." Sem estrutura adequada, ele precisou aprender sozinho. "Fui meu próprio preparador físico, meu próprio nutricionista, meu próprio técnico."
Ao longo dos anos, Rojas percebeu que ensinar a modalidade também contribuiu para seu próprio crescimento como atleta. "Meu entendimento sobre o Jiu-Jitsu aflorou muito quando precisei refletir sobre cada detalhe técnico de determinada posição para facilitar a aprendizagem dos alunos."
A disciplina sempre esteve presente em sua rotina. "Minha estratégia para manter um bom desempenho é a mesma para alcançar excelência em qualquer área da vida: abdicação, consistência e disciplina. O que tem que ser feito, tem que ser feito!"
Entre os momentos mais difíceis da carreira, ele destaca uma lesão grave. "Estourar dois ligamentos do joelho foi um dos piores períodos. Tentava lutar durante um ano com o joelho solto, mas a dor e a insegurança eram constantes. Decidi voltar para o MS para operar e, se não fossem meus amigos me motivando, talvez eu não estivesse mais no cenário."
A primeira competição que lhe marcou foi um GP valendo dinheiro. "Eu era faixa amarela, e o prêmio era R$ 250. No meio da luta, tentei um armlock voador, bati a cabeça e apaguei por três segundos. Voltei para o combate e foi uma disputa acirrada. No final, corri na beira do tatame e passei o dinheiro para minha mãe, todo mundo gritando e nós dois chorando."
Sobre o cenário do Jiu-Jitsu em Mato Grosso do Sul, ele se mostra otimista. "Estamos evoluindo em diversas áreas: qualidade dos eventos, boas remunerações nos absolutos, e uma boa equipe de marketing. O Jiu-Jitsu no nosso estado está no caminho certo."
Para o futuro, Rojas pretende continuar competindo e expandindo sua atuação como professor. "Quero ver até onde consigo chegar, lutar tudo que estiver ao meu alcance. Como professor, pretendo ter minha academia, mas ainda não sei onde. Amo dar aula! Amo o Jiu-Jitsu."