São Paulo (SP) - Júlio Baptista, Alex Silva, Josué e Kléber, quatro representantes da seleção brasileira campeã da Copa América 2007, desembarcaram no Aeroporto de Congonhas no início da manhã desta segunda-feira ainda demonstrando mágoa com as críticas recebidas no decorrer da competição.
Mais do que o próprio título do torneio e do que a vitória fácil sobre o maior rival, os jogadores mostraram-se aliviados por outra conquista em terras venezuelanas: a conquista do respeito.
"Muita gente falou que essa era a pior seleção de todos os tempos e nós calamos a boca deles. A partir do momento que as críticas saem do campo para o lado pessoal e mexem com a dignidade a gente fica incomodado", admitiu Josué.
"Colocamos um algo a mais dentro do peito e superamos o que muitos achavam impossível. Agora merecemos um pouco de respeito", desabafou o volante são-paulino, que ganhou a vaga de titular da equipe durante a competição.
A opinião do jogador, considerado o melhor da decisão contra a Argentina pela organização do torneio, foi compartilhada pelo lateral-esquerdo Kléber, que desfalcou o Santos e foi pouco aproveitado por Dunga na competição.
"Ouvimos muitos comentários de pessoas que preferiram criticar do que apoiar e recebemos mais moral das pessoas de lá (Venezuela) do que dos brasileiros. Espero que, na próxima vez, nos respeitem mais", pediu.
Vice-artilheiro do Brasil na competição com três gols, um deles marcado na decisão contra os argentinos, o meio-campista Júlio Baptista adotou discurso semelhante em seu rápido contato com os jornalistas.
"Essa conquista foi muito importante, pois demonstramos, mais uma vez, que o Brasil é sempre forte contra qualquer adversário", sintetizou.
O zagueiro são-paulino Alex Silva, que também não teve muitas chances na Copa América, cansou de esperar os jornalistas conversarem com os companheiros de seleção e deixou o aeroporto sem falar com a mídia.
Robinho, grande estrela da competição e artilheiro do torneio, não desembarcou em São Paulo. Segundo informações da imprensa carioca, o jogador sequer passou pelo saguão do Aeroporto no Rio de Janeiro, pegando um helicóptero logo depois de desembarcar de Maracaibo.