Campo Grande (MS) - Campeã estadual em diferentes categorias de idade, a taekwondoca Fernanda Monteiro, de 16 anos, da Escola Estadual Júlia Passarinho, de Corumbá, teve nas Olimpíadas Escolares, etapa 15 a 17 anos, seu primeiro grande desafio fora do Mato Grosso do Sul. Apesar de praticar o taekwondo há apenas três anos, a lutadora conquistou a medalha de bronze na categoria médio (49 a 57kg), se tornando a primeira medalhista da modalidade na história do esporte sul-mato-grossense nas OEs.
"Vou seguir carreira, investir em mim", destaca Fernanda, sem deixar de agradecer seu mestre Amadeu Dias de Moura, da Academia Amadeu. A taekwondoca, assim como sua companheira de equipe Kathelen Insaurralde, também criticou a arbitragem das Olimpíadas. "Muito difícil, acertei vários golpes e não pontuei, ao contrário das minhas adversárias, que acertavam meu braço e mesmo assim faziam pontos", reclama.
Na competição escolar, Fernanda venceu a paraense Geicilene Moraes na primeira rodada e logo depois derrotou a gaúcha Luana Fagundes. Na semifinal, no entanto, perdeu para a paulista Cleicimara Antonioli por 7 a 4. "Foi a final antecipada", diz. A atleta de São Paulo acabou conquistando a medalha de ouro da categoria, depois de vencer na final a mineira Ludmila Filgueira. "Vou treinar mais para ganhar ano que vem", afirma.
Para Genivaldo Rodrigues, técnico da delegação de MS no taekwondo, a campanha foi superior a de 2010, mas poderia ser melhor. "Em comparação ao ano passado, quando perdíamos de placares bem mais dilatados, sofremos derrotas em lutas justas este ano, com 1 ou 2 pontos apenas de diferença. Mas eu esperava pelo menos duas medalhas", explica.
A outra medalha poderia ter vindo com Leonardo Souza, na categoria pesado, mas o sul-mato-grossense acabou abandonando a competição nas quartas-de-final, após levar um soco no pescoço a poucos segundos do fim do combate e não ter mais condições de continuar a lutar. O detalhe é que Leonardo vencia a luta por 8 a 6, depois de uma reação incrível, mesmo com a visão debilitada por conta de um chute que levou no supercílio em seu confronto anterior.
"É o início de um grande trabalho. Sendo esse apenas nosso segundo ano [de Olimpíadas Escolares], estamos no caminho certo", avalia Genivaldo. O técnico também aproveitou para destacar o que MS precisa para se tornar uma potência na modalidade. "Precisamos de mais material humano, para aumentar a competitividade, pois infelizmente temos poucos atletas nessa idade", resume.