Quarta-feira, 14 de maio de 2025, 19:53

Atleta de MS mira disputa no Mundial de Karatê, no Japão

da redação - 14 de mai de 2025 às 14:44 39 Views 0 Comentários
Atleta de MS mira disputa no Mundial de Karatê, no Japão Da Redação

Depois de um período afastado das competições, João Pedro Amaral decidiu retomar a dedicação às artes marciais em 2025 com foco total no karatê. Natural de Campo Grande, ele e busca apoio para disputar o Mundial no Japão, marcado para novembro.

A trajetória de João Pedro nas lutas começou ainda na infância, por uma mistura de curiosidade e necessidade de disciplina. “Eu e minha família tínhamos acabado de nos mudar para perto da academia. Uma vez, passando na frente, comentei com a minha avó que queria conhecer. Eu com 10 anos já dava alguns trabalhos para ela, então ela achou uma boa ideia colocar um pouco de disciplina na minha vida.”

A primeira experiência em competição veio cedo. Com 11 anos, João Pedro participou do seu primeiro campeonato de karatê, em novembro de 2010. “Estava muito ansioso, com medo de machucar. Que eu me lembre, tinha mais de 15 crianças na minha categoria, então para uma primeira luta não tinha como ganhar. Era tudo novo para mim. Foi ali que me apaixonei pelo karatê e sigo até hoje.”

Além do karatê, João se envolveu com o muay thai. Apesar das diferenças entre as modalidades, ele vê vantagens em combinar os dois estilos. “O karatê kyokushin é um esporte de extremo contato. Sei que tem gente que não vai gostar do que vou falar, mas o karatê machuca mais que o muay thai. Os treinos têm muito da parte de condicionamento físico. No muay thai, isso me ajudou muito, porque já estava acostumado a levar pancada.”

Entre suas principais conquistas estão dois títulos brasileiros de karatê e um estadual de muay thai, que ele destaca como o mais marcante. “Treinei como se não houvesse o amanhã. Tinha 17 anos apenas e lutei contra os veteranos na categoria profissional 63,5kg. Consegui me consagrar campeão naquela época. Foi especial para a gente, entrou para a história. Ficamos conhecidos.”

Depois de alguns anos participando esporadicamente de competições, João decidiu voltar com foco total aos treinos neste ano. “Fiquei seis anos sem lutar. Nesse período, sempre tentava voltar a treinar, fazia uma luta por ano, mas parava novamente. Em 2025, resolvi me dedicar especialmente ao karatê.”

A rotina de treinos inclui karatê, musculação e corrida, em sessões alternadas ao longo da semana. Segundo ele, o apoio das pessoas próximas tem sido fundamental. “Agradeço aos meus amigos da academia e à minha família, eles são as fontes da motivação.”

João também ressalta o papel dos bastidores na jornada de qualquer atleta. “Por mais que a gente lute sozinho, ninguém valoriza os bastidores. São nossos amigos que treinam com a gente e nosso treinador, que muitas vezes abre mão de ficar com a família dele para nos preparar. Posso dizer que meu professor é um paizão. Sempre nos cobrando para sermos melhores no tatame e na vida.”

A dificuldade financeira é uma das principais barreiras enfrentadas. “Hoje em dia não é fácil ser atleta de ponta. Os atletas não têm apoio financeiro nenhum.” Para ele, essa é uma realidade que precisa ser discutida com mais seriedade, principalmente para que novos talentos consigam se manter no esporte.

Para este ano, os planos incluem tentar o tricampeonato brasileiro de karatê e buscar meios para disputar o Mundial no Japão. “Meus próximos objetivos esse ano são esses: o Brasileiro e o Mundial. Preciso de apoio financeiro para conseguir ir.”

A trajetória de João também carrega uma mensagem para os jovens que estão começando nas artes marciais. Ele enfatiza a importância do equilíbrio entre esporte e educação. “Não larguem os estudos. Sempre dá para conciliar os dois. No Japão é assim, então temos que pegar essa boa cultura de lá.”

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