A sul-mato-grossense Duda Senna, hoje atleta do Esporte Clube Taboão/Magnus, vive uma nova fase na carreira. Aos 20 anos, ela representa um dos principais clubes do futsal feminino brasileiro, após uma caminhada iniciada ainda na infância, no interior de Mato Grosso do Sul. A jovem, que já integrou o time do DEC, relata uma jornada de superação, escolhas difíceis e dedicação total ao esporte.
O envolvimento com o futsal começou cedo, quando Duda ainda era criança. “Comecei aos 7 anos de idade jogando na escola mesmo, os joguinhos que tinha no meio dos meninos. Com 8 anos comecei a treinar no meio dos meninos, joguei muitos campeonatos que tinha na minha região e assim fiquei até completar 12 anos”, lembra. O primeiro contato com uma equipe feminina veio logo depois, quando um professor da cidade a convidou para integrar a base da equipe local. “Fui tendo mais idade, os professores de outras cidades me chamavam pra jogar e assim fui ficando conhecida.”
Aos 17 anos, ela teve a primeira experiência em uma equipe estruturada ao ingressar no DEC, onde permaneceu até o ano passado. O salto para o cenário nacional veio com a oportunidade de defender o Taboão/Magnus. O processo de adaptação, segundo ela, ainda está em andamento. “O Estado de São Paulo é muito grande, tem muitas equipes competitivas. Sair do Mato Grosso do Sul pra vir pra um estado onde tem grandes equipes é bem desafiador. Aqui eles têm um calendário bem cheio, então eu confesso que está sendo bem desafiador, até se adaptar vai uns meses.”
Para Duda, estar no Taboão/Magnus tem um peso simbólico grande em sua trajetória. “Pra mim, hoje, poder vestir a camiseta do Taboão/Magnus é uma honra. Poder estar entre as melhores todos os dias é surreal.” Embora evite palavras como “sonho realizado”, ela reconhece que está vivendo um momento importante e transformador, reflexo de escolhas e esforços contínuos.
Mesmo com o crescimento e o reconhecimento, Duda conta que nunca imaginou que o futsal pudesse se tornar sua profissão. “Eu sabia que tinha algo de diferente, um potencial diferente. Os amigos do meu pai e meus irmãos também falavam isso. Mas nunca imaginei que isso poderia virar minha profissão.” Ainda assim, desde cedo ela já dava sinais do talento que carregava. A prática constante com meninos desde os 7 anos moldou sua competitividade e resistência.
A atleta destaca a importância dos valores adquiridos no esporte, especialmente no alto rendimento. “Pra você ser um atleta de alto rendimento não basta só jogar. Você precisa ter disciplina, foco dentro e fora de quadra. Precisa ter resiliência, tem que entender que muitas coisas fazem parte do processo.”
Na rotina atual, os treinos intensos exigem mais do que apenas preparo físico. O cuidado com a saúde mental também é essencial. “Os treinos são bem intensos, exigem muito do seu físico, então você precisa estar bem tanto fisicamente quanto mentalmente.”
Um dos momentos mais desafiadores da trajetória de Duda foi a saída de casa para seguir carreira no futsal. “O momento mais difícil que já enfrentei foi ter que deixar minha família pra viver um sonho. Tive que entender que minha história está sendo construída pra lá na frente dar bons frutos. E depois eu olhar pra trás e dizer: valeu a pena passar por aquele momento difícil.”
As dificuldades foram compensadas por conquistas que marcaram sua vida como atleta. “Minha primeira vez jogando a nível nacional foi algo que ficou marcado pra mim.” Essa experiência abriu portas e consolidou ainda mais seu nome entre as promessas do futsal brasileiro.
Duda também reconhece a importância de ter referências dentro do esporte. Ela cita duas atletas como inspiração: “Pra mim, Luana Moura e Natalinha são referência total, como pessoa e como atleta.”
Hoje, consolidada em uma das principais equipes do país, ela faz questão de incentivar outras meninas que sonham em seguir carreira no esporte. “Não desista. Acredita nos seus sonhos, que um dia você vai chegar onde sonhou.”