A atleta sul-mato-grossense Assíria Silva conquistou, recentemente, a medalha de ouro na Copa Internacional Integración Del Sur, realizada em Assunção, no Paraguai. Representando Campo Grande e o Brasil, ela superou adversidades de última hora e mostrou que a dedicação ao wrestling começa muito antes do apito inicial. “Gostei bastante da experiência, acredito que significa que estamos fazendo um bom trabalho em Campo Grande”, resumiu.
Assíria embarcou para a competição internacional com pouco tempo de adaptação. O maior desafio, segundo ela, foi lidar com um cronograma desconhecido. “A competição era um dia após minha chegada, não estava por dentro do cronograma então me pegou de surpresa, mas deu certo no final”, explicou. Apesar do contratempo, a vitória confirma a solidez de sua preparação, baseada na rotina regular de treinos. “Rotina normal de treinos”, disse, com simplicidade, sobre o período pré-competição.
A Copa Internacional reuniu atletas de diversos países e evidenciou algumas diferenças em relação ao cenário brasileiro. Assíria observou que “as atletas de alguns países se sobressaem no que diz respeito a técnica e preparação física”, mas também fez questão de ressaltar que, considerando algumas realidades do Brasil, “estamos muito bem”.
O peso de representar não apenas a cidade natal, mas também o país em uma competição fora do território nacional, foi reconhecido por ela como algo significativo. “Com certeza, acredito que seja o intuito de qualquer atleta poder representar seu país”, afirmou. Essa missão internacional é parte de um caminho trilhado desde muito jovem, quando encontrou no wrestling uma oportunidade de crescimento pessoal e esportivo. “Comecei a treinar muito nova e o wrestling foi o esporte que mais me deu oportunidades de crescer, em vários âmbitos.”
A atleta já tem um novo compromisso agendado: o Campeonato Centro-Oeste de Wrestling, que será realizado em Campo Grande no dia 17 de maio. Ela encara o desafio com foco e continuidade. “Seguimos firme e forte com as preparações”, afirmou, demonstrando que o ciclo competitivo não dá trégua para quem busca evolução constante.
Quando fala sobre o desenvolvimento do wrestling no Brasil e, especialmente, em Mato Grosso do Sul, Assíria vê avanços, ainda que lentos. “Felizmente nosso estado tem mais espaço hoje para o wrestling, demorou um pouco mas hoje, pelo menos no meio esportivo, as pessoas conhecem a modalidade”, destacou. Ela também fez uma análise crítica e otimista do cenário nacional: “O Brasil tem avançado na luta, ainda existe muito a ser feito. Mas comparando a nossa Confederação a antigas gestões, estamos muito melhores e com pessoas que querem realmente ver o wrestling crescer no país.”
Assíria também falou com clareza sobre os desafios e sacrifícios do alto rendimento. Concilia treinos intensos, estudos e viagens, tentando manter o equilíbrio possível. “A gente abre mão de muita coisa pelo alto rendimento. Minha vida pessoal são minha família e colegas de treino ou faculdade”, contou. A organização é fundamental para dar conta de tudo: “Tento sempre me organizar na faculdade para as viagens, e manter todos os treinos possíveis do dia a dia. É cansativo, mas é bom.”
Para os jovens que estão começando no esporte ou sonham em competir internacionalmente, a atleta deixa uma mensagem realista, mas motivadora. “O começo sempre é difícil, mas a recompensa sempre vem pra quem não desiste. Sejam constantes e estejam preparados porque as oportunidades sempre batem à porta. Quando acontecer, estejam prontos.”