As duplas sul-mato-grossenses não se saíram bem no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia Sub-17, disputado em João Pessoa-PB, neste final de semana (5 a 7 de abril). Renata Conceição Correa, de 15 anos e Ana Beatriz Sanches Marcelino (Aninha), de 11 anos, no feminino e Pedro Seger Ortiz, 13 anos e Thiago Marin Bogalho (Thi), 15 anos, pelo masculino terminaram a competição sem vitórias. O torneio foi organizado pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

A delegação de Mato Grosso do Sul foi uma das mais novas, se não a mais nova da competição. Aninha, que acabou de completar 11 anos, foi a atleta mais jovem. Mais do que a busca por medalhas, o Circuito serviu de experiência e aprendizado para a futura geração do voleibol de praia sul-mato-grossense. Esta foi a primeira disputa a nível nacional dos quatro jovens e também a primeira viagem para fora do estado, longe da família.

Pelo naipe feminino, Renata e Aninha perderam na primeira rodada para as cariocas Maria Julia e Catarina por 2 sets a 0 (16/21 e 18/21). Na segunda partida, enfrentaram Julia/Cleo, de Minas Gerais, e foram derrotadas também por 2 sets a 0 (21/18 e 21/13).

Thi e Pedro estrearam contra a dupla paranaense Heitor/Abdineas, sofrendo revés de 2 sets a 0 (15/21 e 17/21). Posteriormente, os sul-mato-grossenses encararam a dupla da casa Matheus/Henrique. Os paraibanos venceram por 2 sets a 0 (21/10 e 21/12).

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Pedro e Thiago (Foto: Arquivo pessoal)

A treinadora Lilian Omido, do Centro de Treinamento Bel e Lilian, fez uma avaliação da participação dos atletas. A técnica foi acompanhada de sua irmã, Isabel Omido, responsáveis por preparar os quatro jovens. “Foi uma experiência boa. Os meninos pegaram duplas fortes como, por exemplo, os paranaenses que foram campeões. Para eles é muito bom, é a primeira vez que vão a um Circuito. Teve aquela pressão de primeira competição, ficaram um pouco nervosos, mas foram bem. Perderam, mas perderam jogando de uma forma muito corajosa. Estamos muito contentes com os resultados”.

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Vanessa Sanches (mãe de Ana), Lilian e "Bel" Omido, no embarque
(Foto: Arquivo pessoal)

“A Aninha foi o destaque, no geral, mesmo perdendo. Ela chamou a atenção da CBV, de alguns técnicos e presidentes de federações, que comentaram que ela estava fazendo tudo, todos os fundamentos corretamente dentro da quadra. A diferença é que ela ainda é uma criança, falta força e experiência. O árbitro da primeira partida veio dar os parabéns a ela e, quando soube que ela acabou de fazer 11 anos, ficou impressionado”, acrescenta a técnica.

Na sequência: Pedro, Aninha, Renata, Thi e Isabel Omido (Foto: Arquivo pessoal)

Lilian revela que a dupla Thiago/Pedro foi formada 10 dias antes do Circuito. “Estávamos trabalhando o Thiago há três anos e precisávamos de um parceiro para ele no vôlei de praia. Eu sabia do Pedro, muito habilidoso, mas nunca tinha jogado praia. Chamamos ele para fazer a dupla e, em praticamente 10 dias, ele teve que tentar se adaptar à areia. Ele é tão habilidoso que conseguiu acompanhar rápido o estilo de jogo. Cansou um pouco no Circuito, porque jogar praia é muito puxado, por ser de dupla e por ter o desgaste físico da areia. Ele jogou muito bem. Para o Pedro, foi tudo muito novo”.

Para Gladson Ortiz, pai de Pedro e professor de educação física da Fundação Lowtons de Educação e Cultura (Funlec), o que menos importou na competição foi o resultado. Ele relata que o objetivo é fortalecer o voleibol para as gerações futuras, que possuem significativo potencial.

“Eles participaram do Circuito contra atletas bem maiores e mais velhos do que eles e acredito que estes sejam os fatores de diferença. Para mim, não perderam por falta de técnica. Nesse quesito, acredito que nossas duplas são melhores do que as de fora e vão se fortalecer ainda mais para as próximas competições. A postura e o entrosamento em quadra serão muito melhor”, afirma Ortiz.

Ortiz ressalta que faltou apoio da Federação de Voleibol de Mato Grosso do Sul (FVMS), que não arcou, minimamente, com os custos da viagem à capital da Paraíba. “A Federação entrou com apoio de 85% da passagem e, mesmo assim, o valor é muito alto, 650 reais para uma criança. De última hora, para uma criança pagar esse valor, é muito complicado. Não temos esse apoio ainda. Acho que a Federação poderia auxiliar mais na parte financeira, deveria custear 100% as passagens dos atletas e a comissão técnica, pelo menos. Muitas vezes, os pais não têm condições de desembolsar todo esse dinheiro. Nós nos sacrificamos e conseguimos, mas muitos não conseguem”.

A edição 2019 do Circuito Brasileiro ocorreu na Praia de Cabo Branco, na capital paraibana. O torneio foi disputado em etapa única e os campeões foram definidos neste domingo (7). Ainda neste ano acontecem os circuitos sub-19, sub-21, além dos Campeonatos Brasileiros Interclubes (CBIs), realizados em parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes.