Triathlon | Da redação | 26/05/2005 14h54

Brasil Telecom patrocina 4 atletas no Ironman

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Quatro atletas patrocinados pela Brasil Telecom terão neste domingo um único destino: o Ironman Brasil Telecom, a maior prova de triathlon da América Latina, que terá 1.172 atletas de 41 países, números recordes do evento. O triatleta Reinaldo Colucci, o paraolímpico Rivaldo Martins, o ultramaratonista Alexandre Ribeiro e o corredor de aventura Frederico Gall (o "Lico") lutarão por boas colocações em suas categorias na única seletiva latino-americana para a etapa mundial do Ironman no Havaí, dia 15 de outubro na ilha de Kona.

Paulista de Descalvado, cidade próxima a São Carlos, Colucci, de apenas 19 anos, quer ser pelo segundo ano consecutivo o brasileiro melhor colocado na prova (foi oitavo no geral). Este ano, ele focou seus treinos em provas com distâncias olímpicas - 1,5km de natação, 40 de ciclismo e 10 de corrida -, visando uma vaga na Seleção Brasileira Permanente de Triathlon. Não conseguiu ficar entre os quatro classificados mas, apesar disso, está motivado para obter um bom desempenho no Ironman Brasil Telecom. "Fiz treinos mais longos nesta última semana e acho que vou conseguir fazer uma boa prova. Não fiz o trabalho de base com longas distâncias, como no ano passado, mas realizei um treinamentos de finalização com uma performance satisfatória", comentou.

Para Reinaldo, a paciência será fundamental. "A prova é muito longa. Às vezes dá vontade de aumentar o ritmo e, às vezes, de parar. É necessário ter calma para saber administrar". Como a paciência não é uma característica dos jovens da sua idade, Colucci busca a calma na concentração. "Tenho que correr com concetração total. Gosto de pescar e acho que isto me dará a esta tranquilidade necessária", brincou.

Este será o segundo Ironman da carreira de Colucci. Tudo começou com o incentivo do seu técnico, o australiano Brett Sutton. "Ele acha que tenho o biotipo ideal para este tipo de prova. Na opinião dele, minhas características se encaixam perfeitamente no Ironman". "Em 2004, tinha em mente ficar entre os 10 melhores. Agora, tenho um pouco mais de experiência e não vou cometer certos erros da estréia, que me valeram algumas posições", lembrou.

Recordista
O paraolímpico Rivaldo Martins está pronto para a principal competição do seu calendário neste primeiro semestre: o Ironman Brasil Telecom. Ele é dono do recorde mundial da categoria Physically Challenged, direcionada a competidores amputados com prótese. A marca de 10h10min42seg foi obtida por Rivaldo Martins na Alemanha, em 2001. "Estou muito bem fisicamente e acredito que tenho tudo para conseguir baixar este tempo", disse Rivaldo. O santista de 45 anos detém ainda nesta categoria o recorde do tradicional Campeonato Mundial de Ironman do Havaí, batido em 2003, quando completou a prova em 10h33min.

Martins já disputou 16 Ironmans, participando de quatro edições da prova no Brasil - três em Florianópolis e uma em Porto Seguro. A capital catarinense traz boas recordações ao paraolímpico, pois no ano passado conseguiu a sua melhor marca no Ironman Brasil Telecom (10h13min). "Na minha categoria, serão três vagas disponíveis para o Mundial do Havaí. A expectativa é muito boa, já que tudo o que estava planejado foi feito. Agora, com o final dos treinamentos, estou me sentindo bem, melhor do que eu esperava", disse.

"Já cumpri uma parte difícil, que são os fortes treinos. Preciso executar tudo o que fiz na prova deste domingo. Mas, para completar um Ironman, é bem mais importante a parte psicológica do que a física. É fundamental saber administrar diferentes sentimentos que temos no decorrer da competição, como dor, cansaço, alegria e euforia", observou Rivaldo, que teve a perna esquerda amputada do joelho para baixo em 1986, em um acidente de ônibus.

Lesões
O paranaense radicado no Rio de Janeiro Alexandre Ribeiro, de 39 anos, garantiu presença no Ironman Brasil Telecom, apesar de ter sido surpreendido por duas lesões nas últimas semanas: uma costela quebrada e uma distensão na virilha. Ele é dono da melhor marca já obtida por um brasileiro na competição: 8h39m59s, em 2001 e está recuperado. "Fiz tratamento intensivo e espero não sentir dor principalmente na natação e na corrida", explicou.

A contusão na costela foi sofrida longe dos treinos regulares. "Estava brincando de pegar onda com o meu filho e a prancha bateu na minha sétima costela. Fiquei sem treinar e, quando estava voltando, sofri a distensão na virilha enquanto corria". Alexandre Ribeiro tem ciência de que a briga pela vitória será dura. "Será difícil eu conseguir me classificar para o Havaí, porque a concorrência é muito grande, já que o evento disponibiliza apenas três vagas para a categoria profissional do Mundial. E, de olho nestas vagas, estão atletas como o argentino Oscar Galindez e o alemão Olaf Sabatschus, que é o atual campeão da prova", adiantou o ultramaratonista.

Para completar a fase de pouca sorte que Alexandre viveu às vésperas do Ironman Brasil Telecom, ele teve dois dentes quebrados. "Isso aconteceu há alguns dias, enquanto comia feijão com arroz. Foi a primeira vez que isso ocorreu na minha carreira, de ter vários problemas físicos ao mesmo tempo. Mas agora estou bem e torço para que dê tudo certo".

Do mato para a praia
Acostumado a disputas no meio do mato, Frederico Augusto Gall, de 31 anos, irá mudar de ares neste domingo. O integrante da equipe brasiliense de corrida de aventura Oskalunga Brasil Telecom, atual líder do ranking nacional da modalidade, participará pela terceira vez de uma prova de Ironman. "Gostaria muito de visar o Ironman do Havaí, mas não poderei participar. A Oskalunga terá duas provas importantíssimas neste período, que são o Ecomotion, em outubro, e o Mundial da Nova Zelândia, no começo de novembro", explicou o corredor de aventura. Por isso, o principal objetivo de Lico é completar a prova em menos de 10 horas. Será uma evolução considerável para o atleta, já que, em 2001, ele fez o tempo de 10h44min e no ano passado, de 10h31min.

"Ficarei muito satisfeito se conseguir fazer o percurso em até 10 horas. Em nosso treino diário para corridas de aventura, também nadamos e corremos bastante e, para este evento de Florianópolis, até comprei uma bicicleta nova, para dar mais estímulo", contou Lico, que está inscrito na categoria de 30 a 34 anos.

Frederico disse ainda que o Ironman Brasil Telecom traz a chance de se competir individualmente, algo que não ocorre em corridas de aventura - disputadas em quartetos nos quais pelo menos um integrante deve ser do sexo oposto. "Isto é um grande desafio para mim. Não estou acostumado ficar fora de uma equipe, sem ter que dar ou receber apoio aos companheiros", explicou. Um ponto incomum para Lico é o fato do público poder acompanhar o Ironman Brasil Telecom, já que nas corridas de aventura a disputa é distante dos espectadores. "O público passa muita energia, mas preciso ficar atento e não me distrair durante o percurso. É muito bom poder ser aplaudido pelas pessoas", concluiu.

Prova
O Ironman Brasil Telecom terá em 2005 sete países estreantes: República Dominicana, El Salvador, Estônia, Honduras, Irã, Líbano e Portugal. O evento terá uma premiação total de US$ 50 mil e as seguintes distâncias: 3,8 quilômetros de natação, 180 de ciclismo e 42,195 de corrida. Este o terceiro ano seguido que a Brasil Telecom patrocina a prova e o contrato da empresa com a Latin Sports, organizadora do evento, vai até 2007.

O Ironman Brasil Telecom deste ano é co-patrocinado pela Volkswagen e Track & Field. O apoio é da TAM Viagens, Ironman Sunglasses, Gatorade, Unimed, Prefeitura de Florianópolis e Governo de Santa Catarina.

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