Taekwondo | Da Redação/Com Diarionline | 09/12/2011 11h29

Revelação de MS, corumbaense teve que vencer “não” da mãe

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Fernanda conta que sempre passava em frente à academia e queria entrar, mas a mãe nunca deixava. Fernanda conta que sempre passava em frente à academia e queria entrar, mas a mãe nunca deixava. (Foto: Anderson Gallo)

Corumbá (MS) - A taekwondoca Fernanda Monteiro, de 16 anos, conquistou medalha de bronze nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, disputadas na semana passada em Curitiba, no Paraná. Lutando na categoria médio (49 a 57 quilos) a corumbaense venceu dois confrontos na fase classificatória e só perdeu, por pontos, na semifinal.

A adversária, que representou o estado de São Paulo, foi a campeã da disputa. "Foi um campeonato muito difícil. Quase todos meus amigos perderam na primeira luta", contou a jovem atleta ao Diário.

Quando percebeu que a adversária era mais graduada que ela, a tensão só aumentou. "Na verdade, eu ainda sou faixa verde ponto azul. E na primeira luta, a atleta paraense era faixa azul. Pensei ‘ai meu Deus, é hoje'. Mas me concentrei e consegui vencer.

Isso me animou a partir pra cima com tudo", relembrou Fernanda. Antes de disputar a vaga na final, ela ainda derrotou outra lutadora, desta vez do Paraná, garantindo assim o bronze.

"Na outra semifinal a menina que venceu machucou o braço e a médica a proibiu de lutar. Então ela já era prata. Por isso, minha luta foi um tipo de final antecipada". Contra a paulista Cleicimara Antonioli, a corumbaense começou bem o confronto, mas acabou perdendo por 7 a 4.

"Ela acertava meus braços e minhas pernas e os juízes davam ponto para ela. Nos golpes que eu acertava não", reclamou. Apesar disso, ela comemorou muito a medalha conquistada.

"Foi simplesmente incrível", resumiu. Para chegar às Olimpíadas, Fernanda venceu a seletiva municipal, onde teve quatro forte concorrentes, e a Estadual, quando enfrentou uma única adversária. "Era melhor de três. Eu venci as duas primeiras e fiquei com a vaga".

Só que a maior luta de sua promissora carreira foi dentro da própria casa. "Quando eu tinha seis anos, a gente se mudou aqui para perto da academia. Sempre passava e ficava olhando o pessoal treinar. Queria entrar lá, só que minha mãe nunca deixou", revelou a taekwondoca ao Diário.

"Realmente eu não incentivei. É um esporte duro, que machuca e deixa muitas marcas. Gostaria que ela se preparasse para outra carreira, alguma coisa que fosse mais a realidade de Corumbá", explicou Carmem Auxiliadora de Oliveira, mãe da atleta. "Ela sempre foi muito esportista.

Desde pequena. Na escola joga vôlei, futebol e o que mais tiver. Fala disso o tempo todo". E foi justamente essa animação, aliada à curiosidade típica da idade, que o taekwondo entrou na vida da lutadora.

"Um dia passei na frente da academia e vi um senhor limpando o salão. Entrei e perguntei se ele sabia como eu tinha que fazer para treinar ali. Era o mestre Amadeu (Dias de Moura), o dono da Academia Amadeu.

Ele falou para eu voltar e fazer um treino, de graça", relembrou Fernanda. Ela convenceu a mãe a ir até a academia e o dia de treino grátis acabou virando um mês de experiência. "A partir daí não parei mais. E quero continuar treinando para chegar ainda mais longe", projeta a revelação do taewondo sul-mato-grossense.

Fernanda Monteiro estuda na escola Júlia Gonçalves Passarinho (JGP), pratica o esporte há menos de 3 anos e já acumula vários títulos, inclusive estaduais. E para aumentar a "preocupação" de Dona Carmem, a irmã dela, de apenas 10 anos, também dá os primeiros golpes no tatame.

"Minha mãe foi contra no início, muito por causa dos roxos que ficam pelo corpo, mas hoje ela leva numa boa", concluiu a corumbaense medalhista das Olimpíadas Escolares.

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