Paradesporto | Com Fundesporte/Lucas Castro | 27/11/2019 10h17

Tênis de Mesa de MS fatura 10 medalhas nas Paralimpíadas Escolares

Compartilhe:

O tênis de mesa sul-mato-grossense encerrou as disputas da 13ª edição das Paralimpíadas Escolares, em São Paulo-SP, com 10 medalhas na bagagem. Destas, uma foi de ouro, cinco de prata e quatro de bronze, condecorações que colocaram Mato Grosso do Sul no quarto lugar por Pontuação Geral Escolar, com 53 pontos.

A competição teve início no dia 19 e terminou em 22 de novembro, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, maior complexo paradesportivo da América Latina. A delegação do tênis de mesa, formada por oito atletas, dois técnicos e um auxiliar técnico, teve o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).

Confira as medalhas obtidas:

OURO

Classe C1A5 feminino: SC/MS/MG (por equipe)

PRATA

Classe C11 feminino: MS/MA (por equipe)

Beatriz Castro - categoria B - C7 (individual)

Larissa Costa - categoria A - C4 (individual)

Raffaela Oliveira - categoria B - C11 (individual)

Bianca Ferrari - categoria A - C8 (individual)

BRONZE

Classe C1A5 masculino: MS/ES/MT (por equipe)

Matheus Moreira - categoria A - C8 (individual)

Guilherme Gonzalez - categoria B - C8 (individual)

Paulo Sérgio Júnior - categoria B - C5 (individual)

O técnico Diego Vidal faz uma avaliação positiva da participação do Estado no maior evento paradesportivo para atletas em idade escolar do mundo. “O objetivo é sempre estar entre os três primeiros, porém acredito que foi um excelente resultado ficar entre os quatro, visto que tivemos uma delegação incompleta neste ano, tivemos baixa de última hora. Faltou dois para completar a equipe. A quantidade de atletas é muito importante para a colocação final”.

Segundo ele, a partida mais surpreendente foi a da atleta Raffaela Alencar, que decidiu a vaga na final. Vidal relata que a sul-mato-grossense nunca havia chegado a uma decisão. A semifinal foi vencida com emoção, de virada, quando tudo parecia ter ido por “água abaixo”. “Fizemos um trabalho psicológico, porque ela estava muito nervosa. Queríamos ficar em primeiro, mas só o fato de chegar na final, já é grandioso. Foi a única atleta com deficiência intelectual que chegou à final. Para mim, a campanha foi marcante, porque na semifinal ela conseguiu a virada. Perdeu o primeiro set, buscou, ganhou o segundo e virou no terceiro. Por um momento, achei que não conseguiríamos avançar à final”.

Para Vidal, a participação anualmente na etapa nacional das Paraesc demonstra que pessoas com deficiência, muitas vezes julgadas como incapazes de ter realizações significativas na vida, também conseguem progredir. “As pessoas infelizmente têm uma cultura de achar que a pessoa com deficiência não pode e não deve ter realizações, e limita as ações, a própria família às vezes faz isso. O nosso trabalho aqui é progredir, soltar, liberar, tentamos mostrar para eles que são capazes”.

“Vemos casos de atletas que, no começo, nem conseguiam segurar uma bolinha e hoje fazem saques, recepção, cortes. Para nós, o mínimo que seja, é uma conquista, isso mostra que eles são capazes e só precisam de tempo para aprender. Assim como todo mundo, ninguém nasce sabendo”, acrescenta o técnico.

Trabalho diferenciado

Vidal desenvolve o tênis de mesa para crianças e jovens na Escola Estadual Elvira Mathias de Oliveira, na Vila Santo Eugênio, em Campo Grande, por meio do Programa Escolar de Formação e Desenvolvimento Esportivo, da Fundesporte. “Nas Paralimpíadas, conversei bastante com profissionais de outros estados e vemos que, neste patamar, estamos avançados, porque Mato Grosso do Sul é o único Estado que tem o esporte oferecido dentro das escolas. Os outros atletas são treinados em clubes nas demais unidades da Federação”, ressalta Vidal.

Nas escolas são conhecidos os jovens talentos, principalmente quando o assunto é o paradesporto. “Não tem dentro da escola o cunho rendimento, não buscamos isso, mas dali conseguimos tirar alguns alunos que se tornam atletas por meio deste projeto da Fundesporte. Hoje, as maiores descobertas do Estado saíram, com certeza, de dentro das escolas públicas. Para o rendimento do Estado, o projeto hoje é mais do que essencial, é primordial, além da questão social e de inclusão de pessoas com deficiência na sociedade por meio da prática esportiva”, finaliza o técnico campo-grandense.

A delegação da modalidade foi composta por:

Técnicos: Diego Vidal e Elis Regina Moura

Auxiliar técnico: Leandro Ferreira

Atletas: Beatriz de Lima, Bianca Ferrari, Felipe Alison dos Santos, Guilherme Paiva, Larissa Costa, Matheus Moreira, Paulo Sérgio Baptista e Raffaela Alencar.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS