Olimpíadas | (Com informações do COB) | 27/08/2004 19h48

Torben Grael não acha mal competir com Robert Scheidt

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Torben Grael não acha mal competir com Robert Scheidt

O velejador Torben Grael, atleta brasileiro mais vitorioso na história dos Jogos Olímpicos, com cinco medalhas, considera positiva a idéia do também bicampeão olímpico Robert Scheidt de se transferir para a sua classe, a star. "Seria interessante competir com o Scheidt, porque isso criaria uma rivalidade que abriria espaço para a vela na mídia", disse Torben, em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, na Casa Brasil. "E ainda daria chance para os velejadores mais jovens aparecerem". Falando sobre a campanha que o levou a vitória em Atenas, Torben ressaltou as dificuldades que encontrou. "Para quem olha só o resultado, a conquista antecipada pode parecer fácil. Mas as condições em Atenas são muito difíceis", disse o velejador, lembrando a expectativa não correspondida na classe Mistral. "Basta ver que aconteceu com o Bimba. Em Atenas as condições mudam a todo momento e isso acabou prejudicando-o na regata final". Torben, que tem duas medalhas de ouro (Atlanta - 1996 e Atenas - 2004), uma de prata (Los Angeles - 1984) e duas de bronze (Seul - 1988 e Sydney - 2000), reiterou que seu projeto imediato é participar da próxima Volvo Ocean Race, regata oceânica que dá a volta ao mundo, entre novembro de 2004 e junho de 2005. "A grande motivação é velejar com 240 graus de latitude sul, onde os ventos são fortes e as ondas muito grandes. Considero isso um desafio. O barco ganha muita velocidade", disse Torben, que não deu detalhes da construção do barco a ser utilizado, mas disse ela ocorreria no Brasil. "O Brasil tem estaleiros para construir barcos competitivos para regatas deste tipo". O bicampeão olímpico disse que também tem planos de participar da America`s Cup de 2007, a principal competição da vela mundial. Já fez contatos, mas não tem nada certo. Torben, no entanto, descartou largar o iatismo olímpico. Como essas regatas acontecem em épocas do ano em que o calendário internacional da classe Star não está em seu momento mais importante, é possível continuar competindo. Voltando a falar de sua participação nos Jogos Olímpicos de Atenas, Torben contou que ele e o proeiro Marcelo Ferreira decidiram usar uma vela italiana, diferentemente de todos os outros velejadores, que chegaram com uma vela americana. "A vantagem foi usar a mesma vela em todas as competições de mar, sem ter que trocar", explicou Torben, conhecido pela personalidade na tomada de decisões, mesmo indo contra o senso comum.

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