Seleção brasileira toma a virada e Rússia vence por 3 sets a 1

Pequim (China) - Favorita à disputa do ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, a seleção brasileira masculina de vôlei perdeu sua invencibilidade no torneio. Apesar da entrada do capitão Giba para o sacrifício, a seleção tomou uma virada na terceira rodada da fase classificatória e foi superada pela Rússia por 3 sets a 1, parciais de 22/25, 26/24, 31/29 e 25/19.

Esta foi a segunda derrota consecutiva do Brasil para os russos. Na fase final da Liga Mundial, em julho, no Rio de Janeiro, eles superaram os brasileiros na decisão do bronze.

O resultado mantém os russos invictos no torneio. O Brasil soma duas vitórias e uma derrota e tentará sua recuperação enfrentando a Polônia no sábado. A Rússia terá pela frente o frágil Egito.

Na partida desta quinta-feira, os atuais campeões olímpicos oscilaram muito no aproveitamento e voltaram a mostrar abatimento após a derrota no segundo set. \"Erramos bolas, falo por mim, que a gente não pode errar\", resumiu Dante, que elogiou os adersários. \"Eles foram muito eficientes no contra-ataque\".

A chave teve no saque forçado, principalmente na última parcial, um de seus trunfos. Mas o Brasil também facilitou: foram 34 pontos cedidos em erros.

O jogo - A Rússia acompanhou bem o ritmo do Brasil no começo do jogo. Mesmo assim, o grupo de Bernardinho Rezende abriu 18/15 e passou a comandar o confronto.

A liderança tranqüila foi mantida até 23/19, quando os russos ensaiaram sua reação. Dois pontos consecutivos da Rússia levaram o treinador brasileiro ao pedido de tempo.

Na retomada do jogo, os russos voltaram a pontuar, mas o Brasil não perdeu a oportunidade e fechou em 25/22.

Depois de perder a primeira parcial, a Rússia reagiu. O técnico russo manteve a mudança que havia feito no final do primeiro set com Mikhaylov entrando no lugar de Poltalvskiy e subiu de produção. Depois do empate em 5/5, os russos iniciaram uma boa seqüência, chegando a 11/06 de vantagem.

O 10º ponto irritou a equipe brasileira, que reclamou muito de erro na marcação do juiz de linha Ning Wang. Cartão amarelo para Gustavo e ponto extra para os russos, que aumentaram a vantagem.

Mas a irritação pareceu reacender o grupo brasileiro, que se acertou melhor no jogo e começou a reagir. André Nascimento puxou a reação com dois pontos seguidos. A Rússia ainda ajudou com dois erros e o Brasil voltou para o jogo encostando em 18/16.

Bernardinho fez a tradicional mudança, sua primeira no jogo, com Marcelinho e André dando lugar para Bruninho e Anderson e o Brasil seguiu em bom ritmo. Mesmo com o crescimento brasileiro, que chegou ao empate em 20 e passou a alternar a liderança, os russos não se intimidaram, fechando em 26/24 no bloqueio de Alexey Kuleshov.

A Rússia virou o jogo em um set no qual o Brasil simplesmente perdeu o controle no final do período. Com cinco pontos no placar, Bernardinho mexeu no time e Rodrigão entrou no lugar de André. Mas a seleção permitiu a reação russa, que chegou ao empate em 22, irritando o técnico Bernardinho que fez o pedido de tempo. Os brasileiros retomaram a vantagem no erro do saque de Poltavskiy, mas retribuíram a gentileza na seqüência.

A Rússia chegou ao set point na boa bola de Yury Berzhko. Na hora da pressão, valeu a tranqüilidade de André Nascimento com dois pontos para deixar o Brasil no set point. Mas a equipe desperdiçou a primeira oportunidade de fechar e o jogo adquiriu tons dramáticos.

Foram quatro chances de set points desperdiçadas do lado brasileiro. E a Rússia não perdoou, fechando em 31/29.

O último período foi complicado desde o início. Sem conseguir acertar seu bloqueio, com dificuldades na armação das jogadas, a seleção não conseguiu encontrar seu padrão de jogo e Bernardinho foi obrigado a colocar Giba para o sacrifício, quando a seleção amargava a parcial de 19/17.

Nem assim a situação mudou e o Brasil foi superado por 25/19.