Olimpíadas | Gazeta Esportiva.Net | 24/08/2008 06h44

Espanha ameaça, mas Dream Team retoma o reinado olímpico

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Pequim (China) - Quatro anos depois do amargo bronze em Atenas, a seleção norte-americana masculina de basquete finalmente lavou a mágoa e voltou ao topo do pódio nos Jogos Olímpicos de Pequim. Na madrugada deste domingo, o time comandado pelo técnico Mike Krzyzewski venceu a Espanha por 118 a 107 (69 a 61 no primeiro tempo) em uma final de qualidade inquestionável.

Atuais campeões mundiais, os espanhóis venderam caro o ouro e lutaram até o último momento. O título na China é o 13º dos Estados Unidos em Olimpíadas.

Com 100% de aproveitamento, os norte-americanos garantem dobradinha na modalidade. No sábado, as meninas venceram a Austrália na final feminina.

Já a Espanha fecha uma campanha de recuperação com seu segundo pódio olímpico. O desempenho desta madrugada iguala o de Los Angeles-84, quando também perdeu para os norte-americanos na decisão.

O público que lotou a Arena de Basquete, incluindo o jogador inglês David Beckham, não teve do que reclamar e acompanhou o primeiro e único jogo no qual as duas seleções ultrapassaram os 100 pontos. E não faltaram personagens dentro de quadra.

Na Espanha, a dobradinha Rudy Fernandez e Pau Gasol deu trabalho, terminando com 22 e 21 pontos, respectivamente, e deixando sua marca em belas jogadas.

Kobe Bryant e Dwyane Wade descompensaram para o lado norte-americano. Wade foi o cestinha com 27 pontos, enquanto Bryant marcou outros 20, sendo 13 deles apenas na etapa decisiva.

O título em Pequim comprova o sucesso de um projeto iniciado pelos Estados Unidos em 2003, depois da vexatória sexta colocação no Mundial do ano anterior, em Indianápolis. Com Wade, LeBron James e Carmelo Anthony formando a base, o treinador Mike Krzyzewski formou um grupo no qual o conjunto passou a ser mais valorizado.

Nas Olimpíadas de Atenas e no Mundial do Japão, em 2007, o máximo foram dois bronzes, mas nem por isso os Estados Unidos desistiram da fórmula, que acabou rendendo a redenção do grupo.

O jogo - Ao contrário do que aconteceu na fase de classificação, a Espanha esbanjou vontade em quadra para a final. Sem Jose Calderon, que machucou a perna, os espanhóis pressionaram e dominaram parte do primeiro quarto, chegando a liderar com cinco pontos (22 a 17) com um bom trabalho defensivo.

A reação norte-americana começou no rebote defensivo de Chris Paul no lance livre de Juan Carlos Navarro, conquistando a cesta e mais um lance livre. Depois do empate em 22 foi a vez de Dwyane Wade brilhar e ser responsável por cinco dos pontos que levaram os Estados Unidos à vantagem de 38 a 31 no final do período.

Wade, aliás, foi o nome do jogo no primeiro tempo norte-americano. Até o final do segundo período, ele somava 21 pontos. Mas não foi com facilidade que os Estados Unidos seguraram a ponta.

Apesar de marcações polêmicas da abitragem contra a Espanha, Rudy Fernandez ganhou espaço e desequilibrou com 15 pontos apenas nesta etapa. Os Estados Unidos não se intimidaram e foram aos 14 pontos de vantagem (58 a 44), mas a Espanha buscou, diminuindo para oito no final do período (69 a 61).

No terceiro período, os espanhóis investiram ainda mais na reação, ficando a apenas quatro pontos. Mas nos cinco minutos decisivos do período, os Estados Unidos foram para a cesta para fechar com nove pontos (91 a 82).

No último quarto, a situação pesou para os norte-americanos. Três jogadas seguidas, com direito a ponte aérea de Fernandez para Pau Gasol e uma cesta de três do próprio Fernandez, deixaram a Espanha a apenas dois pontos (91 a 89), forçando o técnico Mike Krzyzewski ao pedido de tempo para reorganizar seu grupo.

Os Estados Unidos sentiram que era hora de reagir e em 3 minutos levaram a distância novamente para os dois dígitos (11 pontos). A Espanha combatia não apenas com vontade, mas também com show como na cravada de Fernandez em cima de Wade, que só viu o espanhol passar determinado.

Impacto também provocou Bryant, fazendo a cesta de três, sofrendo falta e colocando o dedo na boca pedindo silêncio para a torcida adversária. Os últimos minutos foram emocionantes com a Espanha ficando a apenas 4 pontos com pouco menos de 3 minutos por jogar.

Os Estados Unidos buscaram nos arremessos de longa distância (quatro em 1min30) a fórmula da definição, abrindo sete pontos (111 a 104) com 2min03 por jogar para fechar em 118 a 107.

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