Brasil pede a anulação do salto com vara; organização rejeita
Pequim (China) - A delegação do Brasil pediu a anulação da final da prova de salto com vara das Olimpíadas de Pequim, em que a russa Yelena Isinbayeva quebrou o recorde mundial. A brasileira reclamou da perda de uma de suas varas e acabou eliminada da disputa apenas em seu segundo salto.
O processo já foi rejeitado, mas a organização disse que fará uma investigação sobre o caso. O protesto foi a maneira formal que os brasileiros encontraram para reclamar do problema enfrentado pela saltadora.
"Assim que soubemos do problema, fomos para o depósito verificar se a vara estava lá. Não havia nenhuma vara no tubo dela. Então, começamos a tomar as providências necessárias. Agora, enviamos um pedido formal de anulação da prova. É claro que sabemos que é muito difícil a anulação de uma final olímpica, mas para qualquer protesto, precisamos pedir alguma coisa. Era a saída que nos restava", explicou o chefe da delegação de atletismo do Brasil, Martinho Nobre.
A prova terminou com o recorde mundial de Isinbayeva, saltando 5,05 m. A prata, porém, foi para a norte-americana Jennifer Stuczynski, com 4,80 m. Essa marca é justamente a mesma que o recorde pessoal da brasileira. O bronze foi para a russa Svetlana Feofanova.
"A Fabiana fez o que podia. Mas, depois que aconteceu o problema, ela já estava fora da prova. O que é uma pena", disse o presidente da Confederação Brasileira, Roberto Gesta de Mello.
Segundo Nobre, os responsáveis pelo depósito em que ficaram as varas garantiram que o material da brasileira entrou no campo. Fabiana deixou dez varas em seu tubo pessoal, mas o material foi transferido para um tubo novo, que foi o que entrou no estádio. Quando ela tirou as varas que estavam em seu espaço, contou apenas nove varas.
"Eu não tenho certeza se acharam a vara perdida, mas o mais provável é que alguma atleta tenha pegado a vara por engano e devolvido em outro espaço. As varas são todas iguais, da mesma marca, e é difícil diferenciar uma da outra", explicou Nobre.
Técnico da brasileira, Élson Miranda lamentou o ocorrido. "Em nenhuma competição do mundo, as pessoas abrem os tubos pessoais das atletas. Isso é, no mínimo, falta de educação", reclamou. "Os chineses acabaram com a minha Olimpíada", lamentou a brasileira, que chorou após ser eliminada.
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