Olimpíadas | (Com informações de agências) | 28/06/2004 17h20

Atenas: história, modernidade e Olimpíadas

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Atenas: história, modernidade e Olimpíadas

Atenas se prepara para receber milhões de turistas Apesar de ser o berço das competições olímpicas, a Grécia enfrentará muitas dificuldades para receber os milhões de turistas que irão assistir aos jogos. A cidade os problemas típicos do desenvolvimento do século 20, entre eles a poluição, trânsito, sujeira e até excesso de cães nas ruas, estão presentes como em poucas capitais européias. Atenas viveu um apogeu como principal centro urbano da Grécia Antiga, caiu em decadência na idade Média e só voltou a ter um papel mais significativo política, cultural e economicamente no século 19. Tudo isso porque a cidade sempre se mostrou sensível aos acontecimentos históricos da Grécia. Não se sabe ao certo quando surgiram os primeiros assentamentos humanos na região. Há uma versão mitológica, explicada no texto sobre a história do azeite, mas que nunca esteve perto de ser confirmada arqueologicamente. Até agora, sabe-se que o primeiro povoado data do período neolítico, cerca de 5.000 a.C. Séculos mais tarde, Atenas cresceu devido a sua posição estratégica (perto do mar e protegida por montanhas) e se tornou uma das principais cidades da civilização micênica. Por volta de 1.200 a.C., todo o mundo grego entrou em declínio. Voltou a crescer no século 8 a.C., com grande evolução econômica, cultural e tecnológica, dando início ao chamado período clássico. Apesar de o mundo grego ser formado por cidades-Estados independentes, Atenas assumia um papel de destaque. O cenário ficou ainda mais evidente após a guerra com os persas em que a Grécia se uniu sob a liderança de Atenas e expulsou seus invasores. A cidade aproveitou seu poder crescente e estabeleceu uma confederação na ilha de Delos. Com o dinheiro dos impostos, investiu na reestruturação da cidade, na construção de monumentos e no incentivo às artes. Foi a partir dessa época que surgiram em Atenas personagens históricos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Ésquilo, Sófocles, Eurípides e Heródoto. Em 431 a.C., porém, Esparta resolveu entrar em conflito com Atenas, iniciando a Guerra do Peloponeso. Os atenienses foram derrotados após 27 anos de combates. Mesmo assim, continuava exercendo um importante papel na região, inclusive após a invasão de macedônios e romanos. Nesse período, Atenas se mantinha como um centro de ensino e pensamento. Mas, com a perda de interesse dos romanos a partir do século 6 d.C., Atenas perdeu importância gradualmente. É desse período a maior parte da destruição dos monumentos que hoje são ruínas. A cidade foi invadida e saqueada por diversos povos, como francos, florentinos e venezianos. Após uma longa briga pelo domínio da região, os turcos otomanos se estabeleceram em 1453. Mas os venezianos voltaram a brigar pelo domínio da região no século 17. Ainda assim, os turcos só saíram da região da Ática durante a Guerra da Independência da Grécia, no século 19. Em 1824, Atenas substituiu Náfplio como capital da nação que surgia. O recém-coroado rei Otto restaurou boa parte da cidade e implementou um projeto de reurbanização de algumas regiões com a construção de edifícios em estilo neoclássico. Porém, todo esse cuidado em recuperar Atenas teve pouca importância perto dos impactos da chegada de milhões de gregos que chegaram à terra de origem após a troca de civis com a Turquia, em 1922. Em pouquíssimo tempo, a população ateniense dobrou, exigindo a construção rápida de conjuntos habitacionais, muitos deles presentes na paisagem da capital grega até hoje. Nas décadas de 1950 e 1960, Atenas teve nova explosão populacional, com o aumento da industrialização no País e a conseqüente migração da população rural para as principais cidades gregas. Sem um crescimento planejado, que pudesse ser absorvido por um gradual investimento na infra-estrutura, Atenas teve dificuldades para contornar problemas como trânsito e poluição. Com a escolha de Atenas como sede dos Jogos Olímpicos de 2004, o governo local pôs em prática um grande plano de adequação urbanística da cidade. Algumas casas foram restauradas (menos do que o desejado pelos organizadores do evento) e foi construído um sistema de metrô. Até os cachorros de rua foram levados a canis, o que motivou protestos de ambientalistas, que acusam a prefeitura local de, na verdade, matar os animais.

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